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Líbano/Niemeyer

Obra inacabada de Niemeyer no Líbano pode virar patrimônio mundial da humanidade

Com o título de “A Herança Libanesa de Oscar Niemeyer”, o jornal Le Monde traz uma reportagem sobre a chamada Feira de Trípoli, obra inacabada do arquiteto brasileiro, projetada no início dos anos 1960, abandonada há quase 25 anos, e que é candidata a se tornar Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco.

"A herança libanesa de Oscar Niemeyer" é o título da matéria do jornal Le Monde, de 2/10/18.
"A herança libanesa de Oscar Niemeyer" é o título da matéria do jornal Le Monde, de 2/10/18. Fotomontagem RFI
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O objetivo do então presidente libanês Fouad Chéhab, nos anos 1960, era forjar uma imagem de modernidade ao país. Ele queria construir um monumento para marcar uma era, a de um Líbano de progresso, esperança e renascimento econômico. O nome escolhido para traçar as linhas da Feira Internacional Rachid Karamé foi o de Oscar Niemeyer (1907-2012).

As obras começaram no início dos anos 1960 e a inauguração estava prevista para 1966 ou 1967, como conta a historiadora franco-libanesa Chloé Kattar ao Monde. Mas uma sucessão de contratempos fez com que o projeto nunca fosse concretizado. Atrasos na obra, orçamentos que estouravam, conflitos políticos, corrupção, problemas técnicos na construção são alguns fatores que se juntaram à guerra do Líbano, iniciada em 1975, que condenou definitivamente o complexo, apesar de o prédio estar quase pronto à época.

Arquipélago de obras

As formas ovais e sinuosas de concreto são facilmente reconhecidas como esboçadas pela mão mágica do brasileiro. Um parque concebido por um outro gênio, o paisagista Burle Max, iria abrigar o arquipélago de construções: a feira em si, um teatro ao ar livre, uma sala de show, um heliporto e alojamentos.

A área de dez mil hectares foi transformada em base militar durante a guerra. Com o final da guerra e a debandada do exército, o complexo virou um navio fantasma, ameaçada por degradações e ocupações ilegais.

A Feira foi incluída na lista dos cem monumentos mais ameaçados do mundo pela fundação World Monument Fund (WMF). O projeto voltou à discussão mundial no dia 22 de setembro, com a abertura da exposição “Ciclos do Progresso em Colapso”, co-organizada pelo Museu de Arte de Beirute e da Studiocur/art, com patrocínio do ministério libanês da Cultura, da Unesco e da fundação Mikati, de Trípoli.

No dia 27 de setembro, a Feira passou a integrar a lista de monumentos candidatos a ganhar o título de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco, além de ganhar a bolsa Keeping it Modern, da Fundação Getty para a Arquitetura.

 

 

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