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Haddad/Recife

Haddad diz em Recife que saberá reconciliar o Brasil

O candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, e a vice na chapa, Manuela d’Ávila (PC do B), fizeram uma caminhada ao lado de militantes neste sábado (22) no centro de Recife em busca de votos para ampliar a vantagem sobre Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado de acordo com as últimas pesquisas do Ibope e Datafolha, e garantir uma vaga no segundo turno. O Nordeste tem importância estratégica na disputa, já que é a segunda região do país em número de eleitores, atrás do Sudeste.

Fernando Haddad em campanha, Recife (22/09/18).
Fernando Haddad em campanha, Recife (22/09/18). RFI
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Haddad foi recebido com festa pelos militantes do PT e do PC do B. Mas foi vaiado quando agradeceu a presença do governador Paulo Câmara, do PSB, e de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, no palanque. PT e PSB fecharam um acordo no estado, mas muitos militantes não esqueceram que Câmara, candidato à reeleição, apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da presidencial de 2014 e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Descontado esse mal-estar, Haddad foi bem acolhido e aplaudido pela militância.

O petista indicou em vários momentos que, se eleito, o Brasil voltará a aplicar políticas de inclusão social que favoreçam os mais pobres e garantam a eles os direitos previstos na Constituição. “Nós nunca deixamos nenhum brasileiro para trás, nem os nossos adversários. Todo mundo nasceu com talento, mas é nosso papel garantir que todo mundo tenha oportunidade”, disse.

Segundo Haddad, o Brasil começou a sofrer um processo de desestabilização na eleição de 2014, quando “eles” não aceitaram a derrota.

“Desde então, só fazem bagunça: cortam direitos trabalhistas e sociais, ofendem a honra da mulher, do negro, do nordestino. Não temos nenhum revanchismo. Vamos lutar os próximos 15 dias para ir ao segundo turno e três semanas depois ganhar a eleição – não para derrotar o Brasil, mas para salvar o país desse projeto.”

O candidato acredita ser capaz de reconciliar o Brasil. “Muita gente percebeu o que vem acontecendo. Uma parte grande da população foi levada ao erro em 2016, e hoje as pessoas acordaram”, salientou. “O Nordeste já sabe o resultado da eleição: vamos para cima e vamos segurar o Brasil integrado, sem raiva de ninguém”, explicou.

"Negros, mulheres e nordestinos serão respeitados"

Sem citar a chapa da extrema direita, composta por Jair Bolsonaro (PSL) e o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), Haddad afirmou que tinha um recado para seus adversários. “O negro, a mulher e os nordestinos serão respeitados”, disse, arrancando aplausos da multidão. Haddad visou Mourão, ao destacar que “as mulheres que criam seus filhos sozinhas, assim como as avós que cuidam se seus netos sozinhas, receberão mais apoio do PT e carinho do Lula”. Recentemente, em tom discriminatório, o militar afirmou que “casa só com avós e mães vira uma fábrica de desajustados”. Mourão também comparou os africanos a uma “mulambada”, num comentário que desprezava o estreitamento das relações comerciais Sul-Sul, promovido pelos governos do PT.

Fazendo referência a Lula, Haddad disse que o ex-presidente tinha uma obsessão: criar empregos. Para mostrar que também é capaz de agir com esse objetivo, Haddad contou uma lição que aprendeu com o pai, um ex-agricultor familiar no Líbano que se tornou pequeno comerciante depois de instalar no Brasil, onde criou a famíilia. “Aprendi com ele que a pior coisa do mundo para um homem ou uma mulher é acordar e não ter para onde ir. Você está desamparado, não tem um posto de trabalho, uma escola, uma universidade. Isso é direito da Constituição. Todo mundo tem que acordar e ter os seus direitos assegurados”, declarou o candidato.

Mobilidade

Em coletiva de imprensa depois do comício, Haddad disse que tem um grande projeto de mobilidade para o país, integrando faixas de ônibus, ciclovias e a segurança do pedestre. Ele prometeu repassar parte da receita obtida com um imposto federal para os prefeitos, para que eles possam melhorar o transporte público. O petista respondeu ainda a questões sobre educação e saúde, explicando que pretende revogar o teto dos gastos públicos, aprovado no governo Temer, para aumentar os investimentos nessas áreas.

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