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Hackers

“Estão com medo da nossa força”, diz membro de “Mulheres contra Bolsonaro” sobre hackers

O grupo "Mulheres unidas contra Bolsonaro" foi restaurado pelo Facebook neste domingo com um novo nome (16), depois de passar algumas horas desativado na sequência de uma invasão de hackers e de intimidações às suas administradoras.

Mulheres da comunidade contra Jair Bolsonaro no Facebook consideraram o ataque cibernético mais uma demonstração do machismo reinante na sociedade brasileira.
Mulheres da comunidade contra Jair Bolsonaro no Facebook consideraram o ataque cibernético mais uma demonstração do machismo reinante na sociedade brasileira. Reprodução Facebook
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Enviada especial a São Paulo

A comunidade de mulheres contrárias à eleição na presidência do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), notoriamente misógino e adepto de um discurso de incitação ao ódio e à violência, ultrapassou a marca de 2,5 milhões de membros, um sucesso fulgurante.

Para evitar novos ataques e evitar que a página seja renomeada para "Mulheres com Bolsonaro #17", como chegou a acontecer, o número de moderadoras foi reduzido de nove para quatro. Elas afirmam estar seguindo orientações transmitidas pelos técnicos da rede social e fazem algumas recomendações às outras participantes pelo menos enquanto “limpam a casa” dos dejetos bolsonaristas.

A artista visual Roberta Carvalho, de 37 anos, de Belém do Pará, entrou para a comunidade há uma semana. Ao falar sobre o hackeamento, ela disse que o ataque faz parte de um sistema machista, misógino, que no fundo teme as mulheres. “Elas têm uma força muito grande neste país e isso está ficando cada vez mais visível.” Para Roberta, o ataque à página “demonstra justamente o medo dessa força”.

Mulheres deixam o grupo

Algumas mulheres deixaram o grupo quando souberam que os hackers haviam pirateado dados pessoais das administradoras, linhas telefônicas, além de terem sequestrado contas que elas possuem em outras redes sociais. Foi o que aconteceu à professora de filosofia Maíra Motta, de 40 anos, uma das iniciadoras da comunidade, que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil de Vitória da Conquista, na Bahia, onde vive. A polícia investiga o ciberataque.

A pedagoga Camila Malhano, de 30 anos, considerou o hackeamento como “uma tentativa de acabar com uma força feminina que vem tomando proporções enormes”. Isso causa medo nos apoiadores de Bolsonaro, explica Camila. “Ainda vivemos em uma sociedade extremamente machista”, constata. Ela revela que se sente às vezes incomodada com os julgamentos sobre seu posicionamento político, mas assegura que “a força das mulheres é maior que tudo isso”.

Também membro do grupo no Facebook, a estilista Ana Bastos interpretou o ataque como uma covardia que demonstra exatamente quem são os eleitores de Bolsonaro, “covardes e machistas”. “Eles estão com muito medo, só que atacaram no lugar errado porque o voto não vai mudar. As mulheres já estão conscientes disso e não vão deixar passar. Não vou me calar”, disse a estilista.

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