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Representante da Ancine nega priorizar filmes mais comerciais

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A Agência Nacional do Cinema (Ancine) enviou um de seus representantes à capital francesa para apresentar, durante o Festival de cinema brasileiro de Paris, as linhas de financiamento do audiovisual no Brasil aos produtores, distribuidores e canais locais. A visita foi também a ocasião de responder às críticas feitas à instituição após o anúncio de editais de fomento acusados de darem prioridade aos projetos cinematográficos mais comerciais e potencialmente lucrativos.

Rodrigo Camargo, assessor da Ancine
Rodrigo Camargo, assessor da Ancine RFI
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O assessor da presidência da Ancine especializado em Políticas de Financiamento, Rodrigo Camargo, participou de um workshop organizado na 20ª edição do Festival de cinema brasileiro de Paris, que terminou nesta terça-feira (10). Durante o evento, que também contou com a participação da secretária executiva do ministério brasileiro da Cultura, Mariana Ribas, foram apresentadas aos representantes do audiovisual francês as diferentes linhas de financiamento existentes no setor. Também foi exposto o programa #audiovisualgerafuturo, iniciativa que tem como objetivo ampliar a participação de novos talentos e de diretores negros, indígenas e mulheres no mercado.

A apresentação em Paris, segundo Camargo, visa incentivar mais coproduções com franceses, que já estão entre os principais parceiros do Brasil no setor. “A França já é o terceiro maior país com o qual o Brasil coproduz cinema, com 25 obras realizadas nos últimos dez anos”, explica o assessor, em entrevista à RFI.

Fase produtiva no cinema brasileiro

Camargo comenta que o Brasil vive uma fase produtiva na 7ª Arte e que “2017 bateu um recorde no número de filmes lançados em salas de cinema no país”, com mais de 150 estreias. “O governo tem mantido o orçamento do fundo setorial audiovisual e, em 2018, R$ 1,2 bilhão reais serão distribuídos em editais”, anuncia.

No entanto, a questão dos critérios de distribuição da verba foi fonte de polêmica recentemente. Principalmente após o anúncio, no final de março, de 6 editais de fomento ao setor audiovisual, num valor de R$ 471 milhões.

A medida, que deveria ser vista como uma boa notícia, foi alvo de críticas severas de vários atores do setor. Cineastas e produtores brasileiros, encabeçados pela Associação Brasileira de Cineastas (Abraci), a Associação Paulista de Cineastas (Apaci) e a Associação Brasileira de Autores Roteiristas (Abra), além de nomes como Sônia Braga, Maeve Jinkings e Fabio Assunção, afirmam que as novas regras de editais priorizam os projetos mais comerciais, deixando de lado os estreantes e o cinema autoral.

“É natural ter críticas quando se faz alterações na forma de seleção”, respondeu Camargo. “Temos um edital de concurso, seletivo, no qual é feita uma análise do roteiro e, nesse caso, foram preservados – em função da própria movimentação do setor audiovisual – os critérios artísticos. No entanto, em outras linhas, há uma deliberação para que a gente busque projetos mais competitivos, com orçamentos maiores”.

Para ele, isso não significa que as produções mais autorais serão negligenciadas. “Tem entradas para todos os tipos de projeto”, rebate. “Foi uma decisão estratégica. A nossa aposta é que nessa nova linha a gente consiga projetos mais competitivos, que busquem alavancar a nossa participação de mercado interno e externo”, explica o representante da Ancine.

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