Imprensa: Brasil dá "sinal negativo" ao enterrar reforma da Previdência
"O Brasil enterrou a reforma da Previdência", diz matéria publicada nesta quarta-feira (20) na capa do caderno de Economia do Le Figaro. O jornal explica que a reforma era uma instrumento importante para cumprir o teto de gastos públicos, no âmbito da política de austeridade aplicada pelo governo de Michel Temer.
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O objetivo da reforma era diminuir o déficit público, que chegou a 2,8% do PIB em 2017, e relançar o crescimento da economia do país após uma recessão histórica. Mas, em ano eleitoral, os deputados que disputam a reeleição não quiseram ver seus nomes associados a uma reforma que amplia a idade mínima da aposentadoria dos homens de 55 para 65 anos e das mulheres de 53 para 62 anos, relata Le Figaro.
Para o jornal francês, a renúncia do Congresso em aprovar as mudanças na Previdência envia um sinal negativo sobre o país, ainda mais com o agravamento da situação da segurança, com a intervenção militar no Rio de Janeiro. O diário explica que, quando uma intervenção está em vigor, nenhuma emenda constitucional pode ser aprovada.
Os mercados esperavam um sinal mais claro de Brasília sobre a capacidade do governo de realizar reformas, destaca Le Figaro. As agências de classificação de risco financeiro já alertaram sobre o risco de degradação da nota do Brasil, adverte o Le Figaro.
Intervenção no Rio é mais popular que reforma da Previdência
O jornal Les Echos também publica uma reportagem relacionando a impossibilidade de o governo aprovar a reforma da Previdência, agora que o Congresso endossou a intervenção do Exército no Rio.
O diário econômico considera que, ao mudar de prioridade, Temer, que não estava conseguindo o apoio necessário à reforma da Previdência, adota um discurso repressivo que agrada mais o eleitorado do que uma ampliação da idade das aposentadorias. Mesmo assim, a reforma da Previdência é indispensável, afirma Les Echos, para evitar a termo a explosão da dívida pública brasileira, que atinge 74% do PIB.
Em sua análise, Les Echos observa que outro elemento que pode melhorar a popularidade de Temer é o aumento sensível da atividade econômica.
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