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RFI Convida

“O processo de judicialização do Brasil fez duas vítimas, Lula e Dilma”, diz Luiz Felipe de Alencastro

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O RFI Convida nesta quinta-feira (25) o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro, professor de História econômica na Escola de Economia de São Paulo, pesquisador no Centro de Estudos do Atlântico Sul e professor emérito na Universidade Sorbonne, em Paris, para falar sobre a confirmação da condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro.
O historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro. RFI
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“Eu não possuía nenhuma informação especial, mas a condenação por unanimidade era uma hipótese possível”, afirma Luiz Felipe de Alencastro. “O que foi uma surpresa foi o endurecimento da decisão, com o prolongamento da pena, de nove anos e meio para doze anos, e, sobretudo, essa decisão [do tribunal] de Porto Alegre não faz mais referência à data de 2009, que constava na primeira condenação do Moro em Curitiba, que seria a data na qual o tal tríplex teria passado a pertencer ao ex-presidente Lula”, afirma o historiador e cientista político. “A não referência a nenhuma data complica a demanda de prescrição dos fatos no processo do Lula”, analisa.

A condenação em segunda instância de Lula aconteceu no mesmo dia – 24 de janeiro – em que a procuradora-geral do Brasil, Raquel Dodge, arquivou o processo por corrupção contra José Serra (PSDB). 

“É importante pontuar que o ex-presidente Lula está sob escrutínio da Justiça e de todo o sistema de investigações por equipes inteiras há mais de 10 anos, não é de agora. O Serra começou a ser investigado há pouco tempo e imediatamente se chegou a uma situação de denúncia grave. Ontem mesmo veio a decisão de que a investigação do Serra deveria ser arquivada porque havia prescrição do crime eleitoral, que teria sido cometido em 2010. Evidentemente as duas decisões explodindo no noticiário ao mesmo tempo criaram um forte contraste”, diz.

Dois pesos, duas medidas?

“O jornalista da Folha de S. Paulo, Celso Rocha de Barros até escreveu que é verdade que a Lava Jato atingiu muitos políticos e muitos partidos, mas concretamente essa onda de processos e a judicialização da política brasileira fez duas vítimas importantes, e as duas são do PT, Dilma Rousseff e Lula”, declarou Alencastro.

“Visivelmente o Lula vai continuar em campanha até onde for possível, porque é possível até que ele seja preso, daqui a um ou dois meses, quando for julgado o último recurso, embora seja arriscado e duvidoso fazer esse cálculo. Mas se ele for condenado e não puder se candidatar, ele estará fisicamente no palanque do candidato que representará as forças que estão por trás dele”, afirma o historiador.

*Para ouvir e ver a entrevista na íntegra e saber quais são as apostas do historiador Luiz Felipe de Alencastro, clique e assista o vídeo abaixo:

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