Imprensa mundial repercute massacre no Complexo Prisional em Goiás
Os jornais do mundo inteiro repercutem nesta terça-feira (02) a tragédia no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás, que resultou na morte de nove detentos nessa segunda-feira (1º).
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O britânico The Guardian destaca “Nove mortes após guerra entre gangues rivais na prisão brasileira”. O diário descreve a queima de colchões e os corpos queimados.
O português “O observador” relembra que o Brasil viveu em janeiro do ano passado um dos episódios mais trágicos da sua história prisional com homicídios em prisões dos Estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, que provocaram mais de 130 mortes. Um infográfico mostra os números de presos no país. O Brasil tem 726 mil detentos para uma capacidade de apenas 370 mil lugares.
Superlotação carcerária
Na França, a rádio pública Franceinfo explica que este novo motim no Brasil foi provocado por uma briga entre grupos rivais. O jornal Le Monde ressalta que essa violência é também fruto da superpopulação carcerária no Brasil, que é a terceira maior do mundo.
A RFI francesa destacou que o motim também deixou 14 feridos e que 106 prisioneiros escaparam, porém 29 fugitivos foram capturados. O correspondente da RFI em São Paulo salienta que um dos prisioneiros foi decapitado, um ato que lembra a violência da guerra do tráfico no país.
A mídia americana também repercutiu a notícia da rebelião de Goiás que chocou o mundo. The Times e o CBS News relataram o massacre.
“Choque sangrento entre gangues em uma prisão brasileira. Um grupo invadiu e queimou o pavilhão de seus rivais, alguns foram decapitados”, destacou o periódico argentino Clarín.
Tragédia anunciada
O Tribunal de Justiça de Goiás divulgou em 2016 um relatório que alertava para o "iminente risco de nova rebelião" no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. De acordo com o documento, a unidade tem capacidade para 122 presos em regime semiaberto. Porém, em visita realizada em março de 2015, após um incêndio no local ocorrido no ano anterior, a justiça goiana identificou que o presídio abrigava 330 detentos.
O levantamento constatou que a penitenciária já chegou a abrigar 423 presos. O documento indica que presos de diferentes facções criminosas eram separados em alas diferentes por questões de segurança. Na época, o estudo concluiu que a segurança do local era considerada ruim.
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