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A Semana na Imprensa

Denúncias de Palocci contra Lula são destaque na revista do Le Monde

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A revista M do jornal francês Le Monde traz em sua edição desta semana uma matéria sobre a política brasileira e a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que denunciou o ex-chefe de Estado. O texto, escrito pela correspondente do vespertino em São Paulo, afirma que Lula estaria abatido após um ataque “comparado a um tiro no coração”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ex-ministro Antonio Palocci.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ex-ministro Antonio Palocci. EVARISTO SA / AFP
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Com o título “As palavras contra Lula de Palocci arrependido”, a matéria se refere às denúncias feitas recentemente por ex-ministro, e principalmente à carta na qual ataca Lula. A jornalista lembra que Palocci, que antes de ir embora do PT deixou essa “carta assassina, escrita da cela onde cumpre uma pena de 12 anos de prisão”, é o mesmo que, há 15 anos, redigia a “Carta ao povo brasileiro, texto que marcou a ascensão do ex-sindicalista ao cargo mais alto do poder”, ajudando a construir a lenda de Lula. “Será que depois de ter contribuído para a construção do mito Lula, Palocci vai destruir o ícone?”, questiona o texto.

A correspondente continua sua análise citando principalmente jornalistas brasileiros, como Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que escreveu que Palocci não apenas “enfiou a faca mas forçou até o fundo”. O texto reproduz trechos de matérias de Ricardo Noblat, editorialista do O Globo, que disse que a carta do ex-ministro foi o “penúltimo prego no caixão de Lula”, ou ainda o jornal Estado de S.Paulo, que fala de um enterro da “política mística de Lula”.

Para a jornalista do Le Monde, “as declarações do ex-cacique do PT foram cruéis”. Ao dizer que Lula sucumbiu “ao pior da política no melhor momento de seu governo”, o ex-ministro “resume em algumas linhas a grandeza e a decadência de um país que já era visto como pronto para entrar no primeiro mundo”, continua a correspondente. “Durante o depoimento para o juiz Moro, Palocci conta, com uma descontração surpreendente, como Lula teria concluído, em 2010, um ‘pacto de sangue’ em troca de presentes milionários para o PT e para si mesmo”, prossegue o texto.

A correspondente também cita o próprio Palocci, que disse “não fazer parte de uma seita guiada por uma pretensa divindade”. A jornalista interpreta essa declaração como “uma alusão a um Lula endeusado, apresentado como mártir político e favorito na corrida presidencial de 2018, apesar de várias condenações”. Porém, ela lembra que, segundo pesquisas de opinião publicadas pela Datafolha no início do mês, mais da metade dos brasileiros querem ver Lula atrás das grades.  

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