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Crise nuclear já existe, afirma ex-embaixador brasileiro da ONU

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O embaixador Sérgio de Queiroz Duarte, antigo Alto Comissário da ONU para o Desarmamento, falou à RFI sobre o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, comemorado neste 26 de setembro.

O embaixador Sérgio de Queiroz Duarte
O embaixador Sérgio de Queiroz Duarte UN Photo/Rick Bajornas
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Segundo ele, a temida crise nuclear já existe. “Temos dois países que possuem armas nucleares se acusando mutuamente, se ameaçando mutuamente e, a qualquer momento – por acidente ou falta de preparo –, pode ocorrer uma conflagração.

“Espero que estes dois países consigam atenuar um pouco as suas diferenças e chegar à mesa de negociações para ver se resolvem este tema gravíssimo para toda a humanidade”, disse, referindo-se à Coreia do Norte e os Estados Unidos.

Para ele, a crise se deve em parte à forma como o governo americano tem lidado com o problema: “De um lado, houve, na nova administração dos Estados Unidos, uma certa falta de maturidade para encarar esta questão”.

Nove países possuem armas nucleares

“Até este momento, os países que possuem armas nucleares, que são nove, incluindo a Coreia do Norte, vinham observando um certo comedimento nas suas relações. De uns tempos pra cá, a ameaça recrudesceu, e isso tem a ver com o aumento dos testes da Coreia do Norte”, afirmou.

Para ele, esta polarização seria devido a uma busca pelo equilíbrio de forças. “Kim Jong-un diz que quer chegar a um equilíbrio com os Estados Unidos, mas isso é muito difícil, dado o imenso arsenal de armas nucleares dos EUA”, avalia.

Segundo o embaixador, esta questão exige, mais que uma solução militar, uma saída diplomática, “com vontade de diálogo e comedimento e não este espetáculo que estamos assistindo, de dois líderes se xingando mutuamente, com uma linguagem que há muito tempo desapareceu da diplomacia internacional”, disse, rechaçando a troca de acusações entre Donald Trump e Kim Jong-un.

Brasil foi o primeiro a assinar tratado de proibição

Sobre o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, assinado no último dia 20 de setembro por 53 países, inclusive o Brasil, mas não ratificado pelos Estados Unidos nem pela Coreia do Norte, Queiroz Duarte disse que os nove possuidores de armas alegam, depois de anos de negociação do tratado, que não apoiam o movimento.

O acordo impede que os Estados-parte desenvolvam, testem, produzam, adquiram, tenham ou estoquem armas nucleares ou qualquer outro dispositivo nuclear explosivo. O tratado ainda não entrou em vigor.

Para ouvir a entrevista na íntegra, clique na foto acima.

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