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Imprensa

STF impõe uma nova derrota à Temer, escreve jornal Le Monde

Sites franceses repercutem nesta quinta-feira (21) a decisão da véspera do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar à Câmara dos Deputados a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente brasileiro Michel Temer, apesar do recurso apresentado pela defesa. O pemedebista é acusado de liderar uma "organização criminosa" para desviar recursos do Estado.

Le Monde, Temer, "que multiplicou os recursos para tentar frear um procedimento que poderia custar seu mandato"
Le Monde, Temer, "que multiplicou os recursos para tentar frear um procedimento que poderia custar seu mandato" Fotomontagem RFI/reprodução lemonde.fr
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Para Le Monde, Temer, "que multiplicou os recursos para tentar frear um procedimento que poderia custar seu mandato", sofreu "uma nova derrota" na quarta-feira (20). O jornal salienta que a decisão de enviar a denúncia à Câmara foi tomada por sete dos onze dos juízes do STF. 

"Se dois terços dos deputados aceitarem a denúncia, o presidente será então afastado do poder durante seis meses para ser julgado", reitera o diário. Le Monde considera, no entanto, é pouco provável que isso aconteça devido "ao forte apoio com o qual Temer conta na Câmara". O jornal lembra que em agosto uma denúncia de corrupção passiva já havia sido recusada pelos parlamentares e o presidente "conseguiu salvar seu mandato". 

Le Monde lembra que a segunda denúncia acusa Temer de "obstrução à justiça e liderança de organização criminosa" e o presidente é suspeito de receber R$ 587 milhões em propinas, o equivalente a € 158 milhões. O montante foi embolsado com o objetivo de conceder favores à empresas privadas que buscavam fechar contratos com estatais, como a Petobras, escreve o jornal. 

O diário também indica que a defesa do presidente questionou a validade das provas vindas de delações da gigante JBS. Mesmo sem avaliar essa questão, a maioria dos juízes do STF decidiu submeter a acusação à Câmara dos Deputados. 

O jornal publica que os advogados de Temer entraram, então, com um outro recurso no STF, argumentando que as acusações contra o presidente estão relacionadas a fatos de antes do início de seu mandato, na época em que era vice de Dilma Rousseff, destituída no ano passado. O recurso foi rejeitado na última terça-feira (19) pelo juiz Edson Fachin, mas a defesa pediu que ele fosse analisado pelo conjunto de magistrados do STF. 

Governo "manchado por escândalos de corrupção"

Outro site francês, da revista Le Point, também repercute a decisão de quarta-feira (20) do STF. O semanário considera que a rejeição do recurso é uma nova etapa em direção à abertura de um processo contra o presidente, embora "tenha poucas chances de ter seguimento" na Câmara. O debate não está finalizado e continua nesta quinta-feira em Brasília, já que outros três juízes ainda precisam votar. 

Le Point lembra que Temer chegou à presidência como substituto de Dilma Rousseff, após sua destituição. O mandato do novo presidente, no entanto, está "manchado por escândalos de corrupção" que respingam também em boa parte de seus aliados. Apesar das irregularidades e da forte impopularidade, "Temer luta contra uma tempestade e consegue se manter no poder".  
 

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