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Brasil

Seguradora francesa defende investimentos em infraestrutura no Brasil

Em sua edição desta segunda-feira (11), o jornal francês Le Figaro, um dos maiores do país, publica os resultados de um estudo da Coface, a Companhia Francesa de Seguros para o Comércio Exterior, presente no Brasil desde 1998. O relatório, elaborado pela consultora Patricia Krause, aborda as deficiências de infraestrutura na América Latina, a começar pelo Brasil, a mais importante economia da região. 

As deficiências de infraestrutura na América Latina estão em destaque no caderno de Economia do jornal Le Figaro.
As deficiências de infraestrutura na América Latina estão em destaque no caderno de Economia do jornal Le Figaro. RFI/ le figaro.fr
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Atualmente integrante do grupo Natixis, um banco de investimentos com sede em Paris, a Coface diz que "está na hora de acabar com o problema da falta de infraestrutura que compromete o desenvolvimento da região".

"Dirigir nas estradas brasileiras é perigoso e um desafio para os motoristas. O asfalto é rugoso, o pavimento esburacado e sem sinalização de segurança. Um exemplo de fraqueza estrutural nocivo para a competitividade do país", destaca um trecho do relatório reproduzido pelo Le Figaro, lembrando que o Brasil não é um caso isolado. Antes de citar os vizinhos, o texto observa que a qualidade dos portos e dos serviços portuários também é muito ruim no Brasil, da mesma forma que na Argentina, na Colômbia e no Peru. As raras exceções de países com infraestrutura um pouco mais decente são o Chile e o México, em menor escala, avalia o estudo da Coface.

Brasil: 114° país em um ranking de 138 na área de transportes

Em infraestrutura em transportes, o Brasil está classificado na posição 114, na lista de 138 países pesquisados. Segundo Krause, "transportar uma mercadoria no interior do Brasil custa às vezes mais caro do que enviá-la ao exterior". Em seu dignóstico, e na defesa de soluções para esse problema crônico, a consultora afirma que seria necessário investir muito mais do que os 3% de PIB que os países da região destinam atualmente.

De olho no programa de privatizações lançado pelo presidente Michel Temer, a seguradora de créditos francesa considera crucial atrair investimento privado à região. Mesmo com o fim da recessão no Brasil, o crescimento do PIB limitado a 1,2% no próximo ano não será suficiente para aumentar a capacidade de investimento necessária. A solução passa cada vez mais pelas parcerias público-privadas, facilitadas pela adaptação das legislações no Chile, na Colômbia e no Brasil. O texto observa, no entanto, que ainda é preciso dar mais transparência às concorrências, diminuir a burocracia e principalmente combater a corrupção endêmica.

O estudo também propõe em suas conclusões desenvolver o mercado de obrigações do Tesouro, utilizar recursos dos fundos de investimento para a área de infraestrutura e dos fundos soberanos dos Estados.

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