Após reportagem da RFI, ministro brasileiro abre mão de parte do salário
O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, vai abrir mão de R$ 18 mil que ganhava de jeton, uma espécie de honorário para participar de apenas uma reunião por mês do Conselho Fiscal do Senac, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília
A decisão foi tomada três dias depois de reportagem da RFI Brasil revelar que o ministro ganhava mais de R$ 50 mil de salário em meio à crise econômica e ao anúncio de cortes de gastos do governo brasileiro.
A reportagem gerou grande repercussão nas redes sociais, com 1,6 mil compartilhamentos, 3,1 mil reações e 380 comentários na página da RFI Brasil no Facebook. Com a reação negativa, o Ministério do Planejamento informou que o ministro vai abrir mão do jeton de R$ 18 mil.
"Diante da importância do debate sobre o teto remuneratório dos salários do serviço público, o ministro Dyogo Oliveira está renunciando ao jeton do Senac mesmo que respaldado legalmente, e estudará medidas para propor que os jetons também se enquadrem dentro do teto de todos os servidores públicos", disse o ministério em nota.
Jeton fora da conta
Os R$ 18 mil de jeton não entram na conta do teto constitucional de remuneração, por isso o ministro acumulava esse valor com o salário de R$ 33,7 mil, que já é o maior do funcionalismo público.
Após a publicação da reportagem da RFI, no último dia 16, o Ministério do Planejamento enviou informações à rádio para justificar os valores. No sábado (19), veio o anúncio da decisão de cortar parte do salário.
Só de janeiro a junho deste ano, o ministro recebeu R$ 108 mil para participar de uma reunião por mês. Dyogo Oliveira é o único ministro que recebe esse benefício, mas autoridades de outros escalões do governo também recebem jetons.
Teto de R$ 33.700
A assessoria do Ministério do Planejamento também declarou que o ministro tem defendido a aprovação do projeto de lei que aplica limite remuneratório para agentes públicos, aposentados e pensionistas.
O projeto vale para as verbas remuneratórias dentro do teto de R$ 33,7 mil, remuneração recebida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal e que representa o limite a ser pago a servidores públicos.
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