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Comércio

Revisão do Nafta pode favorecer aproximação do México com o Brasil

O jornal francês Les Echos questiona nesta quinta-feira (17) as consequências da revisão do Nafta, o acordo de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México, iniciada na véspera em Washington. Uma delas pode ser o estreitamento das relações comerciais do México com o Brasil.

A ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, cumprimenta o mexicano Ildefonso Guajardo Villarreal, secretário de Economia, antes do início da rodada de renegociação do Nafta, em Washington.
A ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, cumprimenta o mexicano Ildefonso Guajardo Villarreal, secretário de Economia, antes do início da rodada de renegociação do Nafta, em Washington. REUTERS/Joshua Roberts
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Segundo o diário especializado em economia, essa aproximação seria uma decisão inteligente. Os dois países atuam de forma radicalmente diferente em suas estratégias de inserção internacional, explica o sociólogo Pedro da Motta Veiga, do Centro de Integração e de Desenvolvimento (Cindes), sediado no Rio de Janeiro. A economia brasileira permanece relativamente fechada em comparação à mexicana. Mas, após várias décadas dando as costas um para o outro, pode ser que os dois gigantes se aproximem, assinando até o final do ano um acordo comercial.

Os Estados Unidos absorvem 80% das exportações mexicanas. Caso o México sofra uma perda drástica desse mercado por causa na renegociação do Nafta, desejada pelo presidente americano, Donald Trump, uma saída seria o estreitamento das trocas comercias com os países da América do Sul. E o potencial é grande. No ano passado, as trocas entre o México e o Brasil somaram US$ 10 bilhões, contra mais de US$ 550 bilhões no caso dos Estados Unidos, destaca o Les Echos.

Brasil e México visam acordo comercial até o fim do ano

Diplomatas brasileiros e mexicanos examinam os setores favoráveis. Segundo o jornal francês, haveria prioridade à indústria e ao mercado automotivo, "a começar pelos carros da Nissan, atualmente limitados por um sistema de cotas, mas também à agricultura", explica o Les Echos. "O México já começou a importar milho do Brasil.

Fontes ouvidas em Brasília dizem que há interesse em continuar nessa direção", reporta o jornal francês. O grupo mexicano Lala comprou recentemente a marca de laticínios Vigor e outras multinacionais, como a Femsa (Coca-Cola), a Claro e a Bimbo estudam investir no mercado brasileiro. A venda de jatos da Embraer também está nos planos dos brasileiros, completa o diário econômico.

O novo cenário vai depender do grau de revisão do Nafta. Se a renegociação do acordo terminar desfavorável ao México, o interesse pelo Brasil vai crescer; caso contrário, a diversificação das relações comerciais tende a continuar, mas em ritmo moderado, assinala o jornal Les Echos.

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