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Imprensa

Jornal francês destaca lenta recuperação da economia brasileira

O jornal francês Les Echos trata de economia brasileira em sua edição que chegou às bancas nesta segunda-feira (14). "O Brasil não consegue controlar a derrapagem de sua dívida" é a manchete de uma matéria assinada pelo correspondente do diário em São Paulo, Thierry Ogier.

Matéria sobre a economia brasileira publicada no jornal Les Echos nesta segunda-feira (14).
Matéria sobre a economia brasileira publicada no jornal Les Echos nesta segunda-feira (14). Les Echos/Reprodução
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No texto, Les Echos explica que o Brasil vai rever para baixo seus objetivos de décifit orçamentário: "um reconhecimento do fracasso", escreve o jornalista. A decisão já foi tomada e deve ser anunciada nos próximos dias, diz Les Echos. No lugar de um déficit primário equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto do Brasil, o objetivo será revisto para -2,5% do PIB neste ano e no próximo.

A lenta recuperação econômica explica parte desta derrapagem orçamentária: a previsão de crescimento para 2017 é de apenas 0,5%. Além disso, Les Echos ressalta que o fenômeno pode ser explicado também por uma série de frustrações, como o projeto de aumento dos impostos para os altos salários, que teve de ser rapidamente abandonado devido à forte polêmica que gerou.

Isso sem falar nas concessões onerosas do presidente Michel Temer aos deputados para que eles votassem a favor de sua permanência no poder, no início deste mês. Depois disso, ressalta o diário, a poderosa bancada ruralista já conseguiu renegociar a dívida de grandes proprietários e outros setores tentam agora fazer o mesmo.

Controle de gastos

A solução para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é "controlar os gastos", publica Les Echos. Isso significa atrasar aumentos no funcionalismo público e, sobretudo, aprovar de vez a polêmica reforma da Previdência, que tramita no Congresso há meses devido à grave crise política que o Brasil enfrenta.

Enquanto isso, diz o jornal, as consequências do endividamento não param de vir à tona. Segundo o FMI, a dívida aumentou mais de 20 pontos em menos de cinco anos e poderia se aproximar da barra dos 90% do PIB em 2022.

Até o momento, nada disso parece emocionar os investidores financeiros. Até porque, escreve Les Echos, há eleições presidenciais no próximo ano e nada garante que o próximo presidente dará sequência às reformas do governo Temer.

A situação é traiçoeira, avalia o jornal. Se a economia mundial vier a passar por maus momentos, o Brasil poderia ser um dos mercados emergentes mais expostos à instabilidade, conclui Les Echos.

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