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Após vitória, Temer pretende acelerar reformas e medidas econômicas

O governo "não parou e não vai parar". É essa imagem que o Palácio do Planalto quer divulgar, especialmente para o mercado. O presidente Michel Temer pretende aproveitar o embalo da vitória e acelerar a votação de reformas, especialmente a da Previdência. Foram 263votos a favor do arquivamento da denúncia por corrupção passiva, contra 227 e 2 abstenções.

Sessão plenária para analisar e votar o parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) que não autoriza o STF a analisar a denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
Sessão plenária para analisar e votar o parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) que não autoriza o STF a analisar a denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República. REUTERS/Adriano Machado
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

“Faremos muito mais ao colocar nossas contas em ordem, de forma definitiva e equilibrada. Faremos todas as demais reformas estruturantes que o país necessita”, declarou o presidente após a vitória na Câmara dos Deputados.

Como ano que vem tem eleições, o governo acredita ter até o dia 31 de março de 2018 para aprovar reformas. Isso porque os deputados não costumam votar medidas impopulares em ano eleitoral com receio de não se reelegerem.

O Planalto também estuda o que chama de “microreformas econômicas”, além da simplificação tributária - que pode reunir vários impostos num só tributo. “As empresas precisam se dedicar mais a gerar produtos, serviços e comercializar do que a atender a burocracia governamental”, disse Temer.

Também há a possibilidade de cobrança de impostos em investimentos que hoje têm isenção – como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Estão previstos ainda leilões de petróleo e gás em outubro.

O Planalto diz que "o mercado sempre apoiou o presidente" e Temer fará um afago semana que vem a empresários em São Paulo. Ele deve participar de fórum com investidores.

Além disso, o presidente está de olho nas viagens internacionais que fará – ele vai à China, para a reunião dos Brics em setembro, e vai aproveitar para conversar com empresários chineses na área de transportes. Temer também irá à reunião da Assembleia Geral da ONU, também em setembro, quando fará o discurso de abertura.

Meta fiscal pode sofrer mudanças

O deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR), que se encontrou com o presidente Temer na quarta-feira (02), disse agora o governo vai “tocar a vida”. “Vamos tentar resgatar a reforma da Previdência, se ela não puder ser feita de forma integral, será minimamente fatiada, mas é um dos temas soberanos”.

O deputado disse ainda que, durante um encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o próprio ministro comentou que, se não houver cortes muito impactantes no orçamento de 2018, a meta fiscal terá que ser revista.  “Nós temos déficit fiscal projetado para 2017 de R$139 bilhões, que a Fazenda já está revendo, puxando mais R$20 bilhões e ano que vem será maior ainda. Isso em algum momento desaguará para um caos financeiro se o déficit da Previdência e  os gastos da própria máquina pública não forem contidos. Espero que o Congresso, em conjunto com o governo, volte à sua normalidade, discuta e aprove”, declarou.

Após a votação, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli, disse que o partido será favorável às reformas, apesar de ter orientado a bancada a votar contra o presidente. Exatamente por conta dessa atitude, partidos que foram mais “fiéis” – do chamado “centrão” - agora cobram mais espaço na Esplanada dos Ministérios.

Essas legendas querem ocupar cargos do PSDB, que hoje tem quatro ministérios. O tucano Bruno Araújo, que deixou o ministério das Cidades para votar na Câmara ontem, disse que o PSDB não está atrás de ministérios.

Ganha, mas não leva

Deputados da oposição dizem que, apesar da vitória, o governo não conseguiu a quantidade de votos que queria e dificilmente conseguirá aprovar reformas. “Ganhou, mas não leva. Perde força e perde governabilidade”, disse o deputado petista José Guimarães.

Ajuda ao Rio

O governo também quer dar seguimento ao Plano de Segurança no Rio de Janeiro e também ao projeto de recuperação econômica do Estado. Nesta quinta-feira (3), haverá reunião interministerial no Palácio do Planalto, coordenada pelo ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco.

Devem participar os ministros do Turismo, Marx Beltrão, do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, do Esporte, Leonardo Picciani, da Educação, Mendonça Filho, e representantes dos ministérios dos Transportes e Saúde.

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