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Estados Unidos suspendem importação de carne brasileira

Os Estados Unidos suspenderam nesta quinta-feira (22) a importação de carne bovina fresca procedente do Brasil "devido a problemas recorrentes sobre a segurança sanitária dos produtos destinados ao mercado norte-americano", segundo informações do comunicado oficial do Departamento de Agricultura do país (USDA). 

Vigilância Sanitária inspeciona lotes de carne na manhã desta terça-feira (21) em Brasília.
Vigilância Sanitária inspeciona lotes de carne na manhã desta terça-feira (21) em Brasília. ©Dênio Simões/Agência Brasília
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A decisão do governo americano será mantida "até que o Ministério brasileiro da Agricultura tome medidas corretivas consideradas satisfatórias pelo USDA", acrescentou o documento. "Embora o comércio internacional seja uma parte importante do que o USDA faz e o Brasil seja um de nossos parceiros há tempos, minha prioridade é proteger os consumidores americanos", afirmou o secretário norte-americano da Agricultura, Sonny Perdue. O presidente brasileiro Michel Temer se encontra neste momento em viagem oficial à Noruega, depois de passar pela Rússia, onde a carne brasileira esteve na pauta da agenda de negociações bilaterais com o país.

Os Estados Unidos são o primeiro produtor mundial de carne bovina. O Brasil, principal exportador mundial de carne, foi abalado em março pelo escândalo envolvendo subornos a fiscais federais pagos por frigoríficos dentro da operação que ficou conhecida como “Carne Fraca”. Desde então, "os serviços de segurança alimentar e de inspeção sanitária do USDA avaliaram 100% de todos os produtos de carne procedentes do Brasil", explicou o órgão nesta quinta-feira (22).

EUA rejeita mais de 800 toneladas de carne brasileira: “segurança alimentar”

A inspeção sanitária do Departamento de Agricultura norte-americano rejeitou “11% da carne bovina fresca brasileira", um percentual "claramente maior que a taxa média de rejeição, de 1%", das demais importações de carne de outros países. No total, 862 toneladas de carne foram rejeitadas. "Garantir a segurança alimentar dos Estados Unidos é uma das nossas principais missões", declarou o Secretário de Agricultura, Sonny Perdue, por meio de um comunicado.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, o problema se deve a uma reação à vacina de febre aftosa. Os componentes do medicamento provocaram abcessos na carne. Alguns são visíveis e são retirados pelos fiscais sanitários brasileiros, mas "outros são abcessos internos, que não são visíveis, e que infelizmente foram detectados pelo governo norte- americano".

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou que a reação à vacina é a origem do problema e que os técnicos do ministério estão aperfeiçoando os controles. Maggi informou que pretende viajar aos Estados Unidos para tentar reabrir o mercado às exportações brasileiras. Na quarta-feira (21), o diretor do departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, havia informado que solicitaria aos laboratórios a redução da dose da vacina para evitar reações.

O próprio Ministério da Agricultura havia suspendido, na quarta-feira, a exportação para os Estados Unidos de carnes procedentes de cinco frigoríficos exatamente devido a este problema, cumprindo uma decisão da autoridade americana emitida em 16 de junho. Camardelli recordou que os produtores pediram ao governo brasileiro para resolver o problema em uma reunião com seus pares americanos." “Este é um mercado em crescimento e o impacto será de toda ordem. Os Estados Unidos são um grande importador de carne e a mensagem emitida é que podemos ser substituídos neste cenário", destacou Camardelli.

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