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Brasil

Em Paris, Meirelles nota preocupação de investidores estrangeiros com o Brasil

Em Paris para participar para o Forum 2017 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ministro brasileiro da Fazenda, Henrique Meirelles, também se reuniu com empresários estrangeiros. Na tarde desta quinta-feira (8), em um encontro com investidores organizado pelo banco BNP Paribas, o ministro indicou ter percebido preocupação em relação à instabilidade política no Brasil.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante coletiva de imprensa na embaixada do Brasil em Paris nesta quinta-feira (8).
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante coletiva de imprensa na embaixada do Brasil em Paris nesta quinta-feira (8). Daniella Franco/RFI
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“Todo mundo chegou um pouco preocupado, mas conversamos e, no final, estava todo mundo tranquilo, sorridente, confiante”, declarou Meirelles, em coletiva de imprensa concedida na embaixada do Brasil em Paris. Segundo o ministro, cerca de trinta investidores importantes das áreas de indústria farmacêutica, construção e transporte, entre outros, faziam parte do grupo com quem se reuniu.

Ao ser questionado sobre o foco das preocupações, o ministro respondeu: “evidentemente, com as notícias e com as questões políticas”. Segundo ele, a crise no Brasil foi um assunto discutido durante as reuniões das quais participou nesses dois últimos dias na capital francesa, “mas com foco nas questões econômicas”.

Meirelles disse ter explicado aos investidores a consistência das reformas que o governo implementa atualmente, segundo ele, “um trabalho a longo prazo e que não é feito no improviso”. “Avisei que o crescimento foi muito forte no primeiro trimestre, acima das expectativas dos mercados”, o que é símbolo da retomada econômica do Brasil, para o ministro.

O destaque dado à expansão de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2017 foi uma regra a todos os eventos dos quais participou em Paris nesta quarta-feira (7) e quinta-feira (8). O objetivo é demonstrar que o país é interessante para os investidores, apesar da crise política, e angariar a confiança dos países da OCDE, organização na qual o Brasil quer ingressar.

Instabilidade pode interferir no processo de entrada do Brasil na OCDE

No encerramento do fórum, na tarde desta quinta-feira, o secretário-geral da organização, Angel Gurría, repetiu o que indicou um relatório divulgado pela OCDE na véspera: a economia e a política caminham juntas e os problemas não apenas do Brasil, mas de todos os países que se candidatam a uma vaga na entidade, são considerados e podem interferir na adesão. “É um dos processos mais rigorosos que eu conheço”, afirmou.

No entanto, o encontro de Meirelles com Gurría, no final da manhã desta quinta-feira, foi classificado pelo ministro brasileiro como “altamente positivo”. “O secretário-geral da OCDE expressou uma satisfação muito grande do movimento do Brasil de decidir iniciar o trabalho de entrada na organização”, declarou, na saída do encontro. Segundo ele, os fatores que contribuem para que o Brasil deixe o status de país associado e passe a ser um país membro da OCDE são “o fato de ter uma extensa agenda de trabalho” com a entidade e ser “uma democracia consolidada”.

Apesar de ser preocupação de investidores e de ser mencionada pelo próprio chefe da OCDE, a instabilidade política foi um assunto evitado pelo ministro em Paris. "O Brasil continua a funcionar independente de discussões de ordem política", declarou na quarta-feira.

Durante a entrevista coletiva de quinta-feira, Meirelles voltou a tranquilizar os jornalistas, e se recusou a falar sobre uma possível renúncia do presidente Michel Temer, revelando que tem conversado com ele nos últimos dias “sobre situação econômica”, mas não sobre o atual julgamento da chapa eleitoral Temer-Dilma pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Meirelles também negou a possibilidade de se candidatar à presidência, em futuras eleições, já que vem sendo apontado como um provável presidenciável pela imprensa brasileira. “Eu não perco tempo com hipóteses ou alternativas. Eu trabalho com foco muito objetivo na minha responsabilidade. Pensar neste tipo de coisa é perder tempo”, afirmou.

Encontro com ministro da Economia da França

Sexta-feira (9) será o último dia de visita de Meirelles à capital francesa. Pela manhã, ele participa da abertura do 9° Fórum Econômico Internacional sobre a América Latina e o Caribe. Também se reúne com o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire e, antes de encerrar a viagem, se encontra com o chefe global de Crédito Soberano da PIMCO, Lupin Rahman.

 

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