Para Le Monde, greve no Brasil foi histórica, mas menor do que se esperava
O jornal francês Le Monde comenta neste sábado (29), que a mobilização no Brasil na véspera contra as reformas trabalhista e da aposentadoria teve grande visibilidade, apesar de não alcançar a amplitude anunciada.
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“Não são reformas, mas supressão de direitos”, afirma Roberto Ponciano, secretário-adjunto de saúde da CUT do Rio de Janeiro, citado pelo diário francês. O sindicalista fala de ruas desertas e lojas fechadas, mas reconhece que o número de manifestantes não alcançou o esperado.
Em São Paulo, Le Monde diz que o movimento também ficou diluído, com os transportes públicos funcionando parcialmente. “Uma semiderrota”, segundo a correspondente do jornal francês. Uma das razões apresentadas pelos militantes paulistas seria a pressão feita pelo prefeito João Dória, que chamou os grevistas de “vagabundos” e “preguiçosos”.
Primeira greve geral foi há cem anos
Mas Le Monde ressalta o caráter histórico da mobilização, que, segundo os sindicatos, teve a participação de 40 milhões de pessoas, além de acontecer cem anos depois da primeira greve geral no país, em 1917, e 21 anos depois da última manifestação do gênero. Isso no mesmo dia em que o IBGE anunciava um novo aumento da taxa de desemprego (13,7% da população ativa).
A correspondente francesa cita um tuíte da ex-presidente Dilma Rousseff: “A greve geral mostra que o povo brasileiro é valente e capaz de resistir a um outro golpe de estado”. Para o MST, o balanço também é positivo, relata Le Monde, e pode levar os parlamentares a recuar. Caso contrário, o MST promete uma nova greve “e, dessa vez, por tempo indeterminado”.
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