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Brasil

Odebrecht comprou o governo brasileiro, diz Les Echos

Em uma longa reportagem, a edição de quarta-feira (26) do diário econômico Les Echos mostra que "a Odebrecht literalmente comprou o governo brasileiro". Mas não é só o escândalo da Lava Jato que chama a atenção da imprensa francesa. O Le Monde acompanhou o protesto dos índios, ontem, em Brasília e relata que o clima esquentou quando eles tentaram entrar na Câmara dos Deputados armados com arcos e flechas e foram dispersados pela polícia com bombas de gás lacrimogênio.

Imagem da construtora é indissociável à da corrupção.
Imagem da construtora é indissociável à da corrupção. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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O maior jornal econômico da França mergulha no que chama de "entranhas do sistema de corrupção brasileiro". Uma declaração do patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, explica que "a corrupção está institucionalizada no Brasil há 30 anos". A interação entre o poder público e o setor privado tem sido possível porque "os dois lados aceitam jogar o mesmo jogo", disse o empresário.

Segundo a análise do Les Echos, no grande mercado da Odebrecht, tudo se compra: do apoio ao governo aos índios da Amazônia. Apos três anos de escândalos em repetição, da destituição de uma presidenta e dos questionamentos sobre o atual presidente, Michel Temer - que, apesar disso, estaria blindado-, o país continua sua descida ao inferno, diz o artigo.

Le Monde vê os brasileiros prostrados

Já para o Le Monde, o Brasil vive um impasse político, com oito ministros do governo Temer sendo alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal. Temer não corre o risco de cair, de acordo com o Le Monde, pois as pessoas que foram às ruas para pedir a saída de Dilma Rousseff estão caladas.

O jornal cita ainda o pacto, desmentido pelos interessados, entre Temer e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estariam unidos contra a Lava Jato, e o fato de que a Justiça brasileira teria decidido nada decidir, adiando, assim, um novo processo eleitoral antes de 2018.

A visão é de que, após um ano da destituição de Dilma Rousseff, o Brasil ainda teme o caos, pois o mesmo grupo que foi responsáael pelo impeachment da presidenta é hoje alvo de suspeitas do mesmo esquema de corrupção que está entranhado no país. "O Brasil teme o vazio. A ausência de alternativa política e a fragilidade econômica jogam a favor de Michel Temer. O Brasil parece, de fato, condenado a esperar, ainda que às custas da credibilidade de suas instituições e da dignidade da função presidencial", explica a correspondente do Le Monde em São Paulo.

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