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Decisão do STF de investigar políticos teve efeito de uma bomba, diz Libération

A decisão do ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal de autorizar as investigações contra vários ministros do governo Temer, além de congressistas, três governadores e outros políticos por denúncias de corrupção relacionadas à operação Lava Jato, ganhou destaque na imprensa europeia. As repercussões aconteceram principalmente nas edições digitais de jornais de vários países.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, durante uma audiência no dia 15/03/17.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, durante uma audiência no dia 15/03/17. REUTERS/Ueslei Marcelino
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O francês Libération estampou em sua manchete sobre o caso que um total de "108 personalidades públicas e políticos" estão na linha de mira do escândalo Petrobras. O sinal verde da Suprema Corte para investigar principalmente nove membros do governo Temer sacudiu a política brasileira nesta terça-feira (11), escreve o jornal.

O anúncio teve o efeito de uma verdadeira bomba, segundo Libération, ao avaliar a repercussão da decisão do juiz Edson Fachin. Além de mencionar os deputados e senadores protegidos pela imunidade parlamentar, Libé lembra que três ex-presidentes e até o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tiveram o pedido de investigação encaminhado a outras instâncias jurídicas.

O jornal também cita o senador Aécio Neves como um dos políticos de primeiro plano visados pela investigação e lembra que no mês de março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia encaminhado um pedido para investigar nada menos que 83 políticos e parlamentares que gozam de imunidade.

O Diário de Notícias, de Portugal, também destacou em sua manchete os "108 políticos que serão investigados por corrupção". A lista é de nomes citados por ex-funcionários da Odebrecht nas investigações da Lava Jato, escreve o diário português.

Outro jornal português, O Público, de Portugal, destaca que autorização dada pelo Supremo vai investigar nove ministros e outros 74 políticos. Baseando-se em informações divulgadas pela agência Lusa, a publicação divulga os nomes de todos os ministros do governo Temer alvos do processo e dos três governadores que serão investigados: Renan Filho, de Alagoas, Tião Viana, do Acre, e Robinson Faria, do Rio Grande do Norte.

O Público recorda que a lista elaborada por Janot teve como origem as delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht que confessaram crimes de corrupção em troca de redução de suas penas.

Situação do governo Temer é “muito delicada”

Para o jornal El País, a crise política no Brasil sofreu nesta terça-feira um “agravamento súbito” e colocou o governo em uma situação “muito delicada”. Segundo o site do diário espanhol, dos “respingos da Lava Jato não se salvam nenhum dos grandes partidos do país, de direita ou esquerda, nem praticamente nenhuma das personalidades que protagonizaram a política das últimas duas décadas”, escreve, em referência aos pedidos de investigação também dos ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso, apesar de que os ex-chefes de Estado ainda não estão na lista dos investigados pelo STF.

Os pedidos de investigação são consequência da chamada “delação do fim do mundo”, sugere El País ao lembrar dos depoimentos prestados à justiça pelos executivos da Odebrecht. A lista das investigações acerta em cheio o governo de centro-direita de Michel Temer, formado após a destituição de Dilma Rousseff, e que se encontra em uma situação cada vez mais comprometida pelas acusações de corrupção, prossegue a publicação. Encabeça a lista dos investigados Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, entre outros ministros citados pelo jornal.

No golpe dado pelo Supremo também há vítimas na Câmara e no Senado nenhum partido escapa, escreve. Os presidentes das duas Casas do Congresso também estão na mira da justiça. O presidente Michel Temer se esquiva da investigação, mais pela imunidade do cargo do que pela falta de acusações contra ele. A Constituição brasileira proíbe investigar presidente por denúncias anteriores ao exercício do cargo, explica El País.

 

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