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Brasil mantém forte presença no Salão do Livro de Paris

O Salão do Livro de Paris, o maior evento literário da França e um dos maiores da Europa, abre suas portas ao público nesta sexta-feira (24). Cerca de 30 escritores brasileiros participam desta edição 2017 para mostrar ao público francês a diversidade e a riqueza da literatura contemporânea do país. O Marrocos é o homenageado deste ano e mais de 150 mil visitantes são esperados até a próxima segunda-feira (28).

O estande do Brasil no Salão do Livro de Paris, de 30m2, tem uma livraria e um espaço para encontros entre os autores brasileiros e o público.
O estande do Brasil no Salão do Livro de Paris, de 30m2, tem uma livraria e um espaço para encontros entre os autores brasileiros e o público. Embaixada do Brasil
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A relação do Brasil com o evento literário parisiense é antiga: a primeira participação brasileira foi há 30 anos e o país é o único a ter sido duas vezes o convidado de honra do salão, em 1998 e 2015.

Este ano, a programação no estande verde-amarelo do "Livre Paris 2017" é variada e inclui cerca de 40 atividades, entre mesas-redondas, debates, lançamentos de livros, sessões de autógrafos e performaces teatrais. Como em anos anteriores, o espaço também conta com uma livraria com obras de ficção ou ensaios brasileiros, em português ou em francês.

O custo do estande brasileiro de 30m2, localizado em frente ao do Marrocos, o país convidado, é de € 20 mil (cerca de R$ 66 mil), e equivale ao aluguel do espaço e montagem da estrutura. Mas a Embaixada do Brasil em Paris, responsável pela organização, prefere falar em “investimento” diante da importância em “dar continuidade a essa política de promoção da literatura nacional em uma das feiras literárias mais importantes do mundo”.

Primavera literária brasileira

A vinda dos cerca de 30 autores a Paris não foi financiada pela Embaixada do Brasil. A viagem deles foi paga por parceiros locais, como universidades ou editoras, ou pelos próprios escritores. O número de participantes este ano é significativo. Para se ter uma ideia, há dois anos, quanto o país foi o homenageado do evento, 48 autores foram oficialmente convidados.

Pelo segundo ano consecutivo, a programação do estande brasileiro se beneficia da realização na capital francesa do "Printemps Littéraire Brésilien" (Primavera Literária Brasileira). O festival literário, que acontece de 21 de março a 05 de abril, na França, mas também na Bélgica, Espanha e Portugal, é organizado pelo professor de literatura da Sorbonne Leonardo Tonus. O evento tem objetivo de levar escritores, muitas vezes ainda não traduzidos, para dentro da sala de aula e discutir literatura e criação literária. Todos os 27 autores que integram a edição 2017 da Primavera Literária vão estar no estade do Brasil.

Novas vozes da ficção brasileira

Para escolher os escritores este ano, Leonardo Tonus "privilegiou novas vozes da ficção, jovens autores, muitas vezes de um livro só, mas já premiados, como Marta Barcellos, Sheyla Smanioto, Mário Rodrigues, Rafael Gallo e Marcelo Maluf". Segundo o curador, uma das tendências da literatura brasileira contemporânea é uma "nova dicção de mulheres (…) com um engajamento ético sobre o que está acontecendo pelo mundo". A crise brasileira atual não tem ainda um impacto direto nas obras promovidas em Paris, que foram escritas em sua maioria antes de 2016, mas tem tido uma grande influência no discurso dos autores, avalia Tonus.

Ele lembra que desde 2012 a presença do Brasil no Salão do Livro de Paris é initerrupta e que essa continuidade é importante para que "novos autores sejam descobertos" na França.

Novas traduções

Além da participação em eventos literários internacionais, o programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros da Fundação Biblioteca Nacional, do ministério da Cultura, é também um dos principais eixos dessa política de promoção da literatura brasileira no exterior. E para isso, a parceria com editoras francesas é fundamental.

Os sete livros que chegaram agoras às livrarias francesas e que estão sendo apresentados no salão foram editados com o apoio do governo brasileiro. De acordo com a Biblioteca Nacional, depois da Espanha, a França é o segundo país que mais se beneficia desse incentivo. Desde 1991, ano em que o Programa de Tradução foi criado, 109 bolsas foram concedidas a editoras francesas, sendo 78 delas (mais de 70%) nos últimos seis anos a um custo médio de US$ 2 mil cada. Ao todo, até 2017, 940 bolsas de apoio à tradução e à publicação de autores brasileiros foram concedidas em todo o mundo.

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