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Carne Fraca: "Qualquer notícia negativa tem seu impacto", diz embaixador brasileiro

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Nesta entrevista, Paulo César de Oliveira Campos, embaixador do Brasil na França, comenta temas da atualidade como a Operação Carne Fraca, o lançamento do primeiro satélite brasileiro, em parceria com a França, e a abertura da ponte Guiana-Brasil.

Paulo César de Oliveira Campos, embaixador do Brasil na França
Paulo César de Oliveira Campos, embaixador do Brasil na França RFI
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Em pleno debate entre Mercosul e União Europeia sobre um acordo de livre comércio, a Operação Carne Fraca pode estremecer a imagem de qualidade do primeiro exportador mundial do produto.

Para Paulo César de Oliveira Campos, "qualquer noticia com caráter negativo sempre tem seu impacto, mas uma negociação com o Mercosul não é conduzida por notícias, mas sim por fatos, e o fato é que foi identificado um problema e temos que ter uma solução; e essa solução que precisamos encontrar, esperamos que seja suficiente para que a negociação não saia do seu objetivo principal", diz o diplomata, lembrando que "qualquer negociação não é um rio caudaloso, é um rio de corredeiras, tem turbulências, momentos mais agitados, encontra-se pedras no caminho, mas isso é parte das negociações, que às vezes são mais tranquilas, outras mais estridentes, isso é normal. A anormalidade é que esse fato tenha ocorrido no Brasil agora e estamos trabalhando para resolver", afirma o embaixador.

Satélite vai dar independência ao Brasil

Nesta terça-feira (21), o Brasil deve lançar do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, seu primeiro Satélite Geoestacionário para Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), de emprego civil e militar. O objetivo é reforçar a segurança e ser mais independente na comunicação dos segmentos de defesa, além de estender o acesso à internet banda larga em todo o território nacional, inclusive nas plataformas petrolíferas.

"Um dos vetores da parceria estratégica entre Brasil e França é justamente este primeiro satélite brasileiro, que levou dois anos para ser construído com a participação de técnicos brasileiros, o que é muito importante, e permitiu transferência de tecnologia", explica o embaixador, orgulhoso com os elogios que os engenheiros franceses fizeram aos 50 técnicos e engenheiros brasileiros na fase de treinamento. Dois deles vão continuar na empresa por mais um ano, "o que é muito importante pois qualifica os nossos profissionais em uma área que não temos muito conhecimento".

A ponte "meio inaugurada" sobre o Oiapoque

No sábado (18), sob pressão da França, foi "inaugurada" a ponte Guiana-Brasil sobre o rio Oiapoque, sem a presença de altas autoridades, tanto do lado francês quanto do lado brasileiro. Mesmo se a ponte ficou pronta há seis anos, o Brasil ainda queria esperar que as obras da alfândega no seu território ficassem prontas, assim como o enquadramento jurídico de tal abertura, como explica Paulo Cesar de Oliveira Campos: "Não é simplesmente abrir uma ponte, você tem que ter uma estrutura jurídica que permita que esse fluxo de pessoas e mercadorias ocorra sem dificuldades. A ponte ficou pronta sem que o aparato jurídico estivesse aprovado nos dois países".

Do lado brasileiro todos os acordos foram aprovados, inclusive os relacionados à prevenção de acidentes ambientais. "Aquela área do Brasil e da Guiana tem uma diversidade ambiental muito rica, que nós queremos preservar, e queremos saber se houver algum acidente [vazamento de óleo, por exemplo], o que é que se faz. Uma certa resistência do governo brasileiro antes de abrir a ponte, enquanto não tivesse esse aparato jurídico, era real, pois não queremos ter uma nova atividade sem que o conjunto jurídico estivesse completo. Seguro de carro, transporte de mercadorias, turismo, assistência-saúde, são alguns dos pontos que ainda precisam ser claramente definidos entre as partes. A questão dos vistos também é prioritária e está em análise.

A solução encontrada entre Brasil e França foi fazer um mês de teste, em que as pessoas vão poder trafegar de um lado para o outro da ponte para ver se está tudo funcionando bem, e se vai ser preciso fazer algum ajuste.

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