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Brasil

Lava Jato “respinga” em todos os partidos do Brasil, diz Le Monde

O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta sexta-feira (17) traz mais uma reportagem sobre a corrupção no Brasil. O vespertino conta como todos os partidos políticos brasileiros foram envolvidos no escândalo da Lava Jato.

Lista para abertura de investigação enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conta com seis ministros, lembra Le Monde
Lista para abertura de investigação enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conta com seis ministros, lembra Le Monde Lula Marques/ Agência PT
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O jornal relata aos leitores franceses os últimos episódios da novela Lava Jato e conta que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, transmitiu à Suprema Corte uma lista de 83 pedidos de abertura de investigação. Em artigo de meia página, a correspondente do vespertino em São Paulo explica que, desses suspeitos, seis são ministros, além dos presidentes da Câmara, do Senado, o candidato derrotado nas eleições presidenciais, Aécio Neves, e o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, “que até então aparecia como candidato potencial para a presidência do país”. Sem esquecer os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o professor de relações internacionais Gilberto Maringoni, citado pelo Le Monde, “o processo chegou agora ao coração do sistema político”. Os poderes executivo e legislativo estão potencialmente envolvidos, continua a reportagem, ressaltando que a Lava Jato atinge todos os partidos políticos do Brasil.

Porém, como lembra Le Monde, ainda serão necessários vários meses antes que a lista de Rodrigo Janot resulte em sanções jurídicas. "A abertura de uma investigação não significa uma condenação automática", explica a reportagem, frisando que "a justiça brasileira é lenta, principalmente quando o alvo é um ministro ou um político que beneficia de foro privilegiado”.

Com isso, conclui a reportagem, salvo em caso de um grande movimento de indignação popular, a equipe do presidente Michel Temer tem grande chance de ficar ilesa até o início da campanha para a próxima eleição presidencial brasileira, em 2018. "A história de uma moralização da vida política brasileira é um conto de fadas tropical", comenta o cientista político Mathias de Alencastro.

Mas esse novo episódio da Lava Jato afeta de qualquer maneira o ex-presidente Lula. Afinal, como não beneficia de foro privilegiado, o petista pode ter seu caso tratado rapidamente, comprometendo a sua possível candidatura, mesmo se Lula continua bem situado nas pesquisas de opinião. Porém, ressalta Le Monde, os adversários também tiveram sua imagem arranhada.

Enquanto isso, lembra a correspondente do jornal, o Brasil continua mergulhado em uma das mais graves crises econômicas de sua história. Com cerca de 13 milhões de desempregados, o país assiste a um aumento das desigualdades sociais pela primeira vez em 22 anos, conclui Le Monde.

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