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Brasil/Economia

“Brasil vê luz no fim do túnel”, diz jornal Le Figaro

Indicadores econômicos divulgados pelo governo brasileiro e analisados por vários especialistas levaram o jornal francês Le Figaro estampar em seu suplemento de economia nesta segunda-feira (27) uma reportagem com o título: "Brasil vê luz no fim do túnel".

Jornal francês Le Figaro desta segunda-feira (27) traz artigo intitulado "A luz no fim do túnel" para a economia brasileira.
Jornal francês Le Figaro desta segunda-feira (27) traz artigo intitulado "A luz no fim do túnel" para a economia brasileira. RFI
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Acreditando no que diz o governo brasileiro, a economia do gigante sul-americano está no bom caminho, escreve a publicação, dando destaque à declaração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o país ”voltou a crescer e saiu da recessão”.

Os sinais "sólidos de retomada do crescimento" são amparados na euforia dos últimos meses dos mercados financeiros, da sustentação do real e da queda das taxas de juros da dívida brasileira, afirma o diário francês.

Um consultor de uma empresa francesa afirmou ao Le Figaro que os dados correspondem ao de um país com grau de investimento pelas agências de classificação de riscos. Mas desde o final de 2016, a nota do Brasil é de um nível inferior, considerada "especulativa".

O desempenho de empresas brasileiras nas bolsas de valores, como a Vale, por exemplo, impressiona, destaca o jornal. A ação da gigante brasileira de mineração quase quadruplicou despois de ter atingido uma forte queda em fevereiro do ano passado.

Um analista de mercado credita o resultado aos efeitos já sentidos das novas regras de governança que surgiram após o escândalo da Petrobras. Mas Le Figaro lembra que a Vale se beneficia também da alta dos preços de minerais de ferro nos mercados mundiais. Essa nova tendência é uma ótima notícia para este grande país emergente rico em recursos agrícolas e minerais, destaca a publicação.

“Reformas corajosas”

Além deste novo ritmo das exportações e investimentos ligados aos preços das matérias-primas, a melhora na produção e competitividade industrial também é apontada por analistas como um fator positivo para explicar o cenário mais favorável da economia brasileira.

Segundo o jornal, para Henrique Meirelles, o fim da pior recessão da história do país se deve às "reformas corajosas" implementadas desde a entrada no poder do novo governo após a destituição de Dilma Rousseff. Le Figaro cita a decisão de limitar as despesas públicas para enfrentar o déficit, que chegou a mais de 10% do PIB.

Um especialista de um banco privado francês elogia a maior clareza e regras para as empresas de projetos como o programa de privatização de estradas e aeroportos. A reforma da Previdência é apontada como uma das medidas favoráveis que os mercados apreciam no sentido de dar mais competitividade ao país e diminuir suas despesas públicas.

Outro dado importante lembrado pelo jornal é a queda da inflação que passou de 10% para cerca de 5,4% no intervalo de um ano, sustentada pela valorização do real. Na quarta-feira (22), o Banco Central baixou sua taxa de juros pela quarta vez, para 12,5%, mas continua a mais alta do mundo, lembra ainda o diário francês.

Desemprego recorde

A melhoria das condições financeiras e as perspectivas de lucros para as empresas explicam o embalo dos mercados, afirmou um consultor ao Le Figaro, deixando claro que nem mesmo o mega escândalo de corrupção da Petrobras, que movimenta a classe política e evoca até o nome do presidente Michel Temer, afasta o interesse dos investidores.

Mas nem todos os brasileiros sentem totalmente esse mesmo clima de euforia, afirma o jornal. Os efeitos da retomada ainda são muito tímidos: a projeção de crescimento econômico para este ano é de apenas 0,5% do PIB e a taxa de desemprego bateu um recorde no trimestre de novembro a janeiro, ao registrar 12,6%, informa Le Figaro.

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