Mesmo com acordo, PMs não voltam a patrulhar no Espírito Santo
Os policiais do Espírito Santo não retomaram o patrulhamento neste sábado (11), apesar do acordo alcançado para por fim a uma greve que mergulhou o estado no caos e na violência. As famílias dos militares mantêm o bloqueio nas entradas dos quartéis.
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O acordo assinado na noite de sexta-feira (10) pelas autoridades locais,policiais e bombeiros militares,determina a volta do serviço na manhã deste sábado, mas a situação permanecia inalterada.
"Conversamos com nossos soldados e pedimos senso comum e que retomem suas atividades. São mais de cem mortos", afirmou o secretário de Direitos Humanos do Espírito Santo, Júlio César Pompeu, falando à Agência Brasil.
No acordo, que não menciona as reivindicações salariais dos agentes, o governo se compromete a realizar promoções dos policiais que merecerem por lei - e que ainda não desfrutavam do novo posto -, assim como formar uma comissão para revisar a carga horária dos trabalhadores.
Na reunião, no entanto, não participaram representantes dos familiares, em sua maioria esposas e viúvas dos militares, que há uma semana bloqueiam a entrada dos quartéis exigindo melhores salários e condições de trabalho para os militares, que, pela Constituição, não têm direito de fazer greve. O mesmo está acontecendo no Rio de Janeiro.
Sem vigilância, crimes explodiram no ES
O protesto deixou as ruas da capital Vitória, assim como de várias cidades do estado, sem patrulhamento durante sete dias.
Apesar de o governo federal mobilizar tropas para conter a situação, foram reportados mais de 120 assassinatos desde que começou a greve, assim como saques e outras agressões. "A situação ainda não se normalizou, mas estamos em um bom caminho. Desde a chegada do Exército, os saques aos comércios pararam e o número de homicídios reduziu consideravelmente", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungman.
Jungman esteve neste sábado em Vitória para manter uma reunião de crise com as autoridades locais.
O ministro fez um apelo para que "os bons policiais honrem seu uniforme", destacando que "as reivindicações são justas, mas não devem colocar a população em perigo".
AFP
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