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A Semana na Imprensa

“Médicos da esposa de Lula despejam sua raiva no Whatsapp”, destaca revista do Le Monde

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A última edição da revista M, publicação do jornal Le Monde, traz, entre os fatos que marcaram a última semana, o clima adverso que tomou conta do Brasil, após o anúncio da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, na última sexta-feira (3). Nas redes sociais, partidários da direita festejaram o anúncio da morte da petista. Em frente ao Hospital Sírio libanês, em São Paulo, onde Marisa estava internada, motoristas realizaram buzinaços para comemorar o falecimento.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediu de sua esposa e companheira de luta Marisa Letícia, no último sábado (4).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediu de sua esposa e companheira de luta Marisa Letícia, no último sábado (4). REUTERS/Nacho Doce
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Com o título "Médicos da esposa de Lula despejam sua raiva no Whatsapp", Claire Gatinois, a correspondente do jornal Le Monde no Brasil, ressalta que nem na própria equipe médica de Marisa houve "capacidade de distanciamento" do fervoroso debate político entre os partidários da esquerda e da direita no país.

A matéria da revista M relata que informações sigilosas sobre o estado de saúde da ex-primeira-dama vazaram em um grupo de ex-colegas de faculdade de medicina no Whatsapp. "Uma médica pouco cuidadosa sobre o sigilo do diagnóstico se apressou em divulgar a notícia sobre a piora do estado de saúde de Marisa", escreve a correspondente. De fato, a reumatologista Gabriela Munhoz confirmou em um grupo deste aplicativo de conversas, no dia 24 de janeiro, que Marisa estava no pronto-socorro do Hospital Sírio-Libanês com um grave diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e prestes a ser levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Outro médico do mesmo grupo do Whatsapp comentou o tratamento dado pelos médicos do Hospital Sírio-Libanês à ex-primeira-dama. "O conteúdo é de estremecer", avisa a correspondente, que reproduz a mensagem do neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis, da Unimed da cidade de São Roque: "Esses FDP vão embolizar ainda por cima. Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela", escreveu o médico, em relação ao procedimento para provocar o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue no cérebro. Claire Gatinois indica que o termo "abrir a pupila" é uma referência clara ao desejo da morte de Marisa.

A matéria também informa que a Unimed de São Roque rescindiu o contrato do neurocirurgião, que, diz o texto, "esqueceu o Juramento de Hipócrates", código de ética dos médicos. Já a reumatologista também foi demitida pelo Hospital Sírio-Libanês por divulgação de informações sigilosas.

"Marisa era uma mulher simples. Ela sempre sofreu com as hostilidades de parte da burguesia. O Brasil é um país onde alguns cultivam a humilhação do pobre e a falta de respeito com a classe popular", explicou a psicanalista Noemi Araújo, em entrevista ao Le Monde.

Uma trégua na guerra "que dilacera o Brasil"

Na matéria, a correspondente também elogia a atitude do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi ao hospital Sírio-Libanês visitar Lula, após o anúncio sobre a morte cerebral de Marisa, na última quinta-feira (2). A jornalista ressalta que FHC pertence ao PSDB, partido rival do PT.

A oposição entre as duas legendas se tornou, segundo a matéria, "um confronto maniqueísta onde se opõem representantes autointitulados do povo e dos ricos". Para a revista M, a conduta de FHC é "uma trégua na guerra que dilacera o Brasil depois da polêmica destituição da presidente Dilma Rousseff em agosto de 2016".

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