O mês de fevereiro começou agitado em Brasília, onde o Congresso e o Supremo Tribunal Federal retomaram os trabalhos. Nesta quinta-feira (2), será a vez da Câmara dos Deputados eleger seu presidente.
Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília
Seis deputados querem ocupar a cadeira mais cobiçada do plenário. Aliado ao governo de Michel Temer, o atual presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, do DEM, é um dos favoritos. Ele correu o risco de ficar de fora da disputa depois que quatro candidatos apelaram ao Supremo Tribunal Federal alegando que a reeleição ao cargo é proibida.
Mas o ministro Celso de Mello negou o pedido ontem à noite e abriu prazo de dez dias para que Rodrigo Maia entregue sua defesa. Também governista, o deputado Rogério Rosso, do PSD, desistiu de última hora da candidatura depois da decisão do tribunal. Ele disse que o motivo foi a busca do consenso e da governabilidade. Já o candidato Jovair Arantes, do PTB, disse em entrevista à RFI que sua prioridade é retomar a credibilidade da casa.
"Este é o pior momento da Câmara desde a redemocratização. Nossa proposta é atuar firmemente nesse resgate que é importante para a sociedade brasileira. Cabe ao presidente da Câmara absoluta isenção no tratamento da condução da casa, harmonia entre os poderes e que esse respeito seja mútuo e a sociedade possa enteder essa interlocução entre os três poderes como positiva", declarou.
Em nome da oposição, o deputado André Figueiredo, do PDT, disse que a Câmara precisa de independência. "A nossa proposta é fazer com que o parlamento exerça seu papel constitucional e não seja um instrumento de chantagem ou subserviência." Júlio Delgado, do PSB, afirmou que, se eleito, dará prioridade a projetos de iniciativa dos deputados em relação aos do governo federal. "Os projetos do governo não vão se interpor aos interesses da sociedade."
Consolidando a voz da oposição, a deputada Luiza Erundina, do Psol, como em eleições anteriores, também sairá candidata. Ela é deputada federal desde 1999. De última hora, o deputado Jair Bolsonaro, do PSC, também resolveu entrar na disputa. Exatamente, como esperado, o senador Eunício Oliveira vai comandar o Senado pelos próximos dois anos. Há mais de uma década o PMDB está à frente da casa, por ser historicamente o partido com o maior número de senadores.
O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, disse que o presidente Michel Temer transmite os cumprimentos a Eunício Oliveira e que Temer espera avançar nas reformas propostas pelo governo para garantir o crescimento do país. Eunício, que é citado na operação Lava Jato, afirmou que o Senado vai lutar contra a corrupção, mas que será firme se um dos Poderes se levantar contra o Legislativo.
Lava Jato
O novo relator do caso seja definido nesta quinta-feira. A decisão era esperada ontem, mas foi adiada porque a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, queria conversar com todos os ministros da Primeira Turma antes de decidir se o ministro Edson Fachin poderia assumir o lugar de Teori Zavaski na Segunda Turma, que analisa o processo da Lava Jato. O sorteio do novo relator será realizado de forma eletrônica.
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