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Brasil/Violência

Imagens de prisioneiros de Manaus decapitados chocam a imprensa francesa

O massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, que deixou 56 prisioneiros mortos, ganha destaque na mídia francesa nesta terça-feira (3). Informações sobre a superlotação e a violência nos presídios brasileiros são relatadas por canais de televisão, rádios, jornais e sites de revistas semanais.

Familiares de prisioneiros aguardam em frente ao Instituto Médico Legal de Manaus, em 2 de janeiro de 2017.
Familiares de prisioneiros aguardam em frente ao Instituto Médico Legal de Manaus, em 2 de janeiro de 2017. REUTERS/Michael Dantas
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O canal de televisão BFM TV diz que "durante 15 horas, presos foram massacrados e alguns até decapitados, em um banho de sangue provocado por uma guerra de gangues" que disputam o mercado do narcotráfico no Brasil. Para o canal francês, "as imagens postadas por prisioneiros e policiais nas redes sociais [exibindo a situação no interior da penitenciária] são de uma violência insuportável". Na França, os meios de comunicação são cuidadosos e não costumam exibir imagens de extrema violência. Mas nas redes sociais, como no Brasil, não há filtros.

"Dezenas de corpos, a maioria deles sem cabeça, aparecem amontoados", relata a reportagem. "A identificação dos corpos será difícil", acrescenta o texto, citando o desespero dos familiares que aguardam notícias do lado de fora do complexo penitenciário.

A matéria traz declarações do secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, explicando que o massacre foi provocado por uma disputa de território entre a facção Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado em São Paulo.

O site Le Hunffington Post diz que os acertos de contas entre narcotraficantes são frequentes no Brasil, "mas tomaram uma proporção sem precedentes depois do massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos morreram em São Paulo".

A imprensa destaca que o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China e da Rússia. Segundo dados do Ministério da Justiça, em 2014 o país tinha 622 mil prisioneiros.

Odebrecht tem imagem prejudicada no exterior

As práticas de corrupção da Odebrecht em vários países são citadas em reportagem do diário econômico Les Echos nesta terça-feira (3). O texto afirma que a reputação da empresa foi seriamente comprometida com a revelação de que o grupo baiano também pagava propina nos contratos de obras que assinava no exterior.

O jornal relata que o grupo brasileiro especializado no setor de obras públicas foi condenado no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça a pagar "as maiores multas já aplicadas por corrupção na história mundial". Só nos Estados Unidos, a Odebrecht terá de pagar US$ 2,6 bilhões, valor com desconto, já que a multa inicial foi de US$ 4,5 bilhões.

A reportagem faz referência às obras da Arena do Corinthians, estádio que sediou a abertura da Copa do Mundo em 2014, em São Paulo, a projetos em Angola e Miami. O jornal cita a declaração de um responsável do Ministério Público americano. Ele afirma que a Odebrecht "admitiu ter montado uma estrutura financeira clandestina durante mais de uma década, cujo único objetivo era facilitar a corrupção em grande escala". Resultado: além do presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, estar preso, o grupo registrou no ano passado um recuo de 17% em seu faturamento, explica Les Echos.

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