Doria se veste de gari e Crivella quer acabar com arrastões
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Mais de 63 mil candidatos que venceram as eleições de outubro de 2016 e vão ocupar as prefeituras e assembleias legislativas em 5.568 municípios brasileiros tomaram posse neste domingo (1). Entre os prefeitos, mais de 1.384 dos vencedores foram reeleitos, sendo 15 em capitais.
Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília
O prefeito de São Paulo, João Dória, em sua primeira jogada de marketing, se vestiu de gari nesta segunda-feira (2) ao lado de presidentes de empresas e autarquias. Segundo ele, o ato será uma demonstração de humildade e igualdade.
A ação dará a largada ao programa de zeladoria urbana chamado "São Paulo Cidade Linda", com serviços de limpeza, manutenção e conservação do município. No discurso de posse, Dória, que é empresário, também fez questão de afirmar seu papel como gestor e disse que vai trabalhar como administrador, e não como político. Ele prometeu eficiência e inovação.
O novo prefeito de São Paulo é o maior triunfo do PSDB nas eleições municipais. O partido foi o que mais cresceu na votação de 2016, conquistando 803 prefeituras. O PMDB, partido do presidente da República, Michel Temer, continua liderando o número de prefeitos, com 1038. Já o PT só vai comandar 254 cidades.
Posse de Crivella marca aumento do conservadorismo
Marcelo Crivella, do PRB, bispo licenciado da igreja Universal, prometeu melhorias na saúde, creches e escolas em tempo integral e redução das desigualdades. Mas o foco principal mesmo de Crivella será a redução de gastos públicos, numa economia prevista de R$ 3 bilhões e 300 milhões por ano. Ele vai reduzir o secretariado e cargos comissionados. Para o prefeito, as medidas são necessárias para enfrentar a crise. Ele soltou a frase: "É proibido gastar". Crivella prometeu ainda acabar com arrastões em praias e combater o mosquito Aedes Aegypti.
De uma maneira geral, o discurso de posses dos prefeitos girou em torno da promessa de controle das finanças. Várias prefeituras vão ter que lidar ainda com os salários de funcionários atrasados e com a falta de recursos. Além do Rio de Janeiro, adotaram discursos nesta linha os prefeitos de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, entre outros. O contraditório é que o discurso de austeridade fiscal do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PHS, ocorreu pouco depois dele apoiar o aumento de 25% do próprio salário e de outras autoridades do primeiro escalão, projeto sancionado no último dia do mandato do prefeito anterior. O salário do prefeito passou de 24 mil para 31 mil reais.
Prefeito de Osasco assume dois dias depois de deixar a prisão
O prefeito Rogério Lins, do PTN, estava preso sob a acusação de participar de um esquema para contratação de funcionários fantasmas na Câmara de Osasco. Ele pagou uma fiança de 300 mil reais para deixar a prisão. Já na cidade de Embu das Artes, também em São Paulo, o prefeito eleito Ney Santos, do PRB, não tomou posse porque está foragido desde que sua prisão foi decretada. Ele é suspeito de lavar dinheiro para a facção criminosa PCC e mandou uma carta para ser lida na posse declarando inocência.
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