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Mobilização popular para eleição antecipada no Brasil é uma incógnita, diz especialista

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Um dos principais debates no primeiro semestre no Brasil será a discussão sobre a possibilidade de eleição direta antecipada para a sucessão do presidente Michel Temer. O professor de estudos brasileiros Vinicius Mariano de Carvalho, do King's Brazil Institute, em Londres, diz que o país vive mais um momento de incerteza total. Ele se questiona sobre a capacidade de permanência do presidente Temer no poder até o final do seu mandato, mas também sobre a força de uma eventual pressão popular por eleições antecipadas.

O professor de estudos brasileiros Vinicius Mariano de Carvalho faz parte do King's Brazil Institute, em Londres
O professor de estudos brasileiros Vinicius Mariano de Carvalho faz parte do King's Brazil Institute, em Londres King's College London
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar a ação que pede a cassação da chapa Dilma/Temer por fraudes no financiamento da campanha eleitoral em 2014, o que teria como consequência o afastamento do atual chefe de Estado. Mas, para o especialista, é difícil dizer se haverá estrutura política para levar esse processo até o fim, devido à complexidade do panorama atual no Brasil. “De um lado, temos um apoio popular muito restrito a Michel Temer e, do outro, um apoio muito grande dentro do Congresso Nacional ao presidente em exercício”, comenta. “Estamos vivendo um momento único no Brasil, que está criando uma insegurança jurídica e política. Ainda não temos uma noção muito clara de qual pode ser o resultado”, alerta Carvalho.

O slogan “Diretas Já” começa a ser ressuscitado dos anos 1980 e vem sendo entoado por alguns setores da sociedade, mesmo se a possibilidade de um pleito indireto, com um presidente sendo escolhido pelo Parlamento, seja a mais provável em caso de cassação do mandato do atual presidente. Em ambos os casos, o país atravessaria um período de instabilidade muito grande, analisa Carvalho, estimando que o Brasil já vive um “caos político”, independentemente da maneira como a possível escolha de um novo presidente seja efetuada.

Além disso, o especialista se questiona sobre a real capacidade de mobilização, tanto da população quanto das lideranças políticas nos próximos meses. “É muito difícil prever se haverá força política suficiente na presidência da República em exercício para se manter até o fim desses dois anos de mandato. Mas também é difícil saber se haverá força política coordenada, vinda das ruas, de modo a pedir novas eleições diretas antecipadas, em caso de cassação por parte do TSE”, diz o professor do King's Brazil Institute.

Ouça a entrevista completa clicando na foto acima.

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