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Ciro Gomes:"Se Lula se candidatar, é um desserviço ao país e a ele próprio"

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Deputado, prefeito, governador, ministro e duas vezes candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT) tem uma longa carreira política. Nesta entrevista, ele analisa inicialmente a percepção do crescimento da direita nas últimas eleições municipais e fala das perspectivas para a presidencial de 2018."Primeiro temos que nos livrar dos adjetivos e procurar o que é substantivo. É fato que o Brasil viveu uma negação do PT pelos erros graves e equívocos políticos que o partido cometeu, e pelos deslizes morais intoleráveis que um partido progressista não tem o direito de cometer", ele diz, considerando que, em parte, essa negação é injusta no que se refere à crise econômica, que tem raízes na direita brasileira, "que quebrou o Estado nacional".Sobre o resultado das municipais, Ciro aponta uma hiperfragmentação de uma democracia muito jovem, ainda não amadurecida, especialmente no exercício da cidadania. "E ainda tem que se conviver com uma pulverização dos partidos, inimaginável para uma democracia amadurecida como a francesa, por exemplo", analisa o político.Ele acha que a onda de conservadorismo que vem atingindo a Europa e os Estados Unidos, com a eleição de Trump, não vai chegar ao Brasil. "Eu me assusto, como qualquer ser humano do planeta, compreendendo que o poder militar, o poder comercial, o poder da referência de troca de moeda que os americanos têm, está na mão de uma pessoa sem experiência, que escorregou na retórica em valores que são centrais para a humanidade com a qual eu sonho", comenta.Sobre uma possível candidatura com o apoio do PT, Ciro Gomes responde que só seleciona apoio pelo filtro moral e pela coerência política. A eventualidade da candidatura de Lula da Silva à presidencial de 2018 também é comentada: " Acho que ele tem possibilidade, sim, ele é muito forte, muito popular. Só acho que ele prestará um desserviço ao país e a ele próprio.(...)Mas Ciro vê com bons olhos a ideia de Lula colocar sua experiência para renovar o cenário político brasileiro: "Já ao contrário, se ele puser sua liderança, o peso de sua história,ao serviço de dar passagem a um projeto novo, que experimente outros dizeres, outras relações e outra psicologia coletiva, não é? E não ficar se defendendo num gueto moralista, na delegacia de polícia que se transformou a política brasileira", conclui Ciro Gomes.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) conversou sobre vários temas com a RFI Brasil
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) conversou sobre vários temas com a RFI Brasil Arquivo pessoal
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