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Banda Querô mostra na França projeto social de Santos

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A banda Querô tem programada durante duas semanas uma série de atividades na França, principalmente em Paris e cidades da periferia. Na agenda, shows, ateliês e participações em atividades culturais, no âmbito do Festival Villes de Musiques du Monde, que traz ao público francês um painel diversificado da música de diferentes regiões do mundo.

Edson Adriano dos Santos é diretor de percussão da Banda Querô.
Edson Adriano dos Santos é diretor de percussão da Banda Querô. RFI
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A banda Querô reúne um grupo de 30 jovens e adultos e tem origem no projeto social desenvolvido pela ONG Arte no Dique, envolvendo a comunidade Dique da Vila Gilda, em Santos, litoral de São Paulo. Para as apresentações dessa turnê que incluiu Paris e Limours, no interior da França, o grupo foi composto por apenas 11 percussionistas.

“Existe uma base, formada por aqueles que estão no projeto há muito tempo. Esse ano vieram duas meninas pela primeira vez. A ideia é sempre trazer pessoas diferentes. Assim você cria um entusiasmo nos outros”, explica Edson Adriano dos Santos, professor de percussão. “Eu não costumo escolher, deixo fluir naturalmente. Eles mesmos que decidem quem deve vir. Eles devem ter uma consciência musical e decidir em função de quem estiver pronto”, acrescenta.

O projeto foi fundado há 15 anos por José Virgílio, que trouxe inicialmente músicos do Olodum para apresentações na comunidade do Dique da Vila Gilda, considerada a maior favela sob palafitas da América Latina. “Tudo começou na rua, eles (músicos do Olodum) paravam na praça e tocavam. Depois, foram para um contêiner. Hoje temos um complexo bem estruturado, com salas acústicas e instrumentos. Conseguimos com a ajuda de várias empresas”, explica. “Tiramos jovens da rua, afastando-os das coisas ruins e levamos para fazer música. Temos violão, percussão, balé, capoeira, e até computação”, comenta.

“A gente diz que talvez não saia um músico, mas um cidadão melhor. Vai aprender a viver em grupo, ter disciplina. Trabalhamos a questão da música mas também da educação e comportamento”, afirma.O projeto evoluiu e jovens do Arte no Dique já fizeram documentários sobre o trabalho social e as condições de vida dos moradores.

O professor de percussão, que há dois anos integrou o projeto, comemorou sua primeira vinda para a França junto com a Banda Querô. “Fiquei feliz quando soube que vinha para cá com eles. Mas fico mais emocionado por eles do que por mim. Sou músico, vivo do meu trabalho e quando vejo eles aqui…a alegria deles é a minha alegria”, conclui.
 

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