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“Nossa geração tem interesse em ampliar fronteiras”, diz Maria Gadú

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Maria Gadú, uma das estrelas em ascensão da música brasileira, está em temporada intensa de shows pela Europa. A primeira apresentação foi em Zurique, no dia 16 de outubro, que foi também sua estreia em palcos suíços. A maratona vai terminar em 28, em Madri.

Maria Gadú em seu camarim no Cabaret Sauvage, em Paris.
Maria Gadú em seu camarim no Cabaret Sauvage, em Paris. Foto: RFI Brasil/Elcio Ramalho
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Em princípio, a vinda não previa oito cidades, em sete países diferentes, em apenas 12 dias. Mas as oportunidades foram surgindo e se encaixando na agenda, revelando a disposição de Maria Gadú de conquistar mais fãs e expandir seu trabalho para outras fronteiras europeias. Segundo ela, sua maratona é sinal de um interesse crescente e mais amplo pela nova geração da música brasileira.

“Estamos vivendo uma fase boa de música brasileira na Europa, o Metá Metá veio recentemente fazer shows, a Céu está sempre aqui. Nossa geração tem um interesse muito grande em ampliar as fronteiras, também porque somos de ouvir muita música internacional”, explica.

“De uns tempos para cá, o streaming trouxe influências internacionais muito legais, da nossa idade. A gente vive com música contemporânea. Há a vontade de sair do país e estar mais próximo do que a gente absorve”, afirma. “Não consigo fazer um paralelo só com a minha carreira, pois é uma coisa de uma geração inteira”, disse, em entrevista à Rádio França Internacional no camarim do Cabaret Sauvage, em Paris, local de sua segunda escala da turnê. A apresentação faz parte da programação do Festival Villes des Musiques du Monde.  

Essa geração também ganha visibilidade com as novas tecnologias, seduz plateias fora e dentro do país, segundo ela. “Há uma grande aceitação no mundo, mas também no Brasil. Há um movimento muito bonito da juventude consumindo essa nova música brasileira, essa sonoridade mais híbrida que estamos fazendo agora, mais elétrica, com outras influências, de outros folclores. É muito genuíno, tanto para quem aceita quanto para quem faz. Não tem porque não ser aceito”, avalia.

“Shimbalayê” é presença garantida em shows

Maria Gadú também diz que o show foi concebido para “contar uma história”, com um repertório definido, mas que se adapta de acordo com o público. “Já estou no terceiro álbum, muita coisa fica de fora, mas quando o público pede algo, eu toco”, afirma. “Apesar de ter um norte, é muito vivo. Nunca sei como vai ser, e essa é a melhor parte”, conta, sorrindo. No entanto, “Shimbalayê”, seu grande sucesso no Brasil e na Europa é incontornável. “Não falta, até porque trouxe a gente além-mar, me levou a vários Lugares. Tem uma energia simples, e gosto de deixar o palco com essa energia”, conta.

Depois de viver um tempo na Itália, onde trabalhou como artista de rua percorrendo também toda a Europa, Maria Gadú ainda não se habitou com o fato de voltar ao continente como uma das maiores revelações dos últimos anos da música brasileira. “É estranho esse lance da projeção comercial, desse patamar que a arte criou. Para mim foi interessante ter tocado na rua por muitos anos e agora ter uma estrutura, poder voltar com meus amigos, com sons, outros instrumentos. Fico feliz porque me dá uma sensação evolutiva. Dá um conforto maior de poder fazer um som, de estar ouvindo melhor, saber que as pessoas estão ouvindo. Tocar na rua é bom, mas desgasta muito”, lembra.

Maria Gadú, durante escala em Paris de sua turnê europeia.
Maria Gadú, durante escala em Paris de sua turnê europeia. Foto: RFI Brasil/Elcio Ramalho

Gadú é abreviação de nome francês

Na entrevista, ela também explicou sua relação com a França, que começa pelo nome: Mayra Corrêa Aygadoux, com está escrito na certidão de nascimento, tem o sobrenome de seu pai de criação, que é de Toulouse. “O nome tem uma grafia diferente para o brasileiro. Houve essa abreviação para Gadú, desde o meu primo, e depois com a família toda. Tenho uma tia francesa que canta música brasileira no sul da França. Tem muitas ‘Gadús’ por aí”, brinca.

A nova temporada europeia coincide com o lançamento no Brasil do DVD do álbum Quelã, que vai marcar o fim de um ciclo. “Fiquei um tempo na Europa, em Paris inclusive, e dessa mescla de coisas saiu a sonoridade desse disco. Gravamos agora em DVD. Pretendo fazer uma pequena turnê conclusiva desse projeto e depois parar para me ‘esvaziar’ e depois dar uma preenchida. Quero estudar outras coisas e ter argumentos suficientes para ter outro trabalho”, concluiu.
 

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