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Votação da PEC do teto foi demonstração de força de Temer, diz Les Echos

Ao analisar o resultado da primeira votação na Câmara dos Deputados da PEC 241, que limita os gastos do governo por 20 anos, o jornal econômico francês Les Echos afirma que a vitória foi uma demonstração da força política do presidente Michel Temer.

Para o jornal Les ECHOS a votação da Câmara dos Deputados da PEC 241 em primeira leitura é uma demonstração da força política do presidente.
Para o jornal Les ECHOS a votação da Câmara dos Deputados da PEC 241 em primeira leitura é uma demonstração da força política do presidente. REUTERS/Paulo Whitaker
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Depois de anos de deteriorização de suas finanças públicas, o Brasil quer reverter a tendência pegando o "touro à unha", escreve o diário francês. A primeira etapa, sugerida pelo governo Temer, é limitar os gastos públicos para evitar a explosão do déficit orçamentário, próximo dos 10% do PIB.

Para isso, Temer usou todo seu peso de negociador para vencer uma primeira batalha no Congresso, escreve a reportagem. Ele não hesitou em receber mais de 200 parlamentares em sua residência oficial na véspera da votação, e a pressão funcionou, ressalta o jornal. O governo teve apoio de 71% dos deputados, bem acima dos 60% de votos necessários para atingir a maioria.

Les Echos explica que a medida visa limitar as despesas públicas durante 20 anos, corrigidas pela inflação. Com ajuda de gráficos, o jornal informa que o orçamento do governo federal tende a reduzir as despesas e torná-las a médio prazo menores que a arrecadação, o que não é o caso atualmente. A dívida pública bruta passou de 52% para 70% do PIB nos últimos 15 anos anos e poderá atingir 90% em alguns anos, no melhor dos casos, explica.

Entrevistado pelo Les Echos, o economista-chefe do banco francês BNP-Paribas, Marcelo Carvalho, afirmou que a PEC é uma das medidas que "marca uma etapa", lembrando que ainda precisa passar por outras votações. No entanto, o primeiro voto na Câmara dos Deputados é considerado o maior obstáculo a superar, afirma. "O plano do governo evita um choque brutal a curto prazo e permite um ajuste gradual sem evitar a retoma do crescimento, que começa a dar sinais", avaliou na entrevista ao jornal.

Les Echos lembra que a batalha sobre a reforma do sistema de aposentadoria ainda não começou, mas os investidores que ainda tinham dúvidas da capacidade do governo Temer de aplicar seu projeto consideram a primeira votação na Câmara "encorajadora".

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