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Brasil/Impeachment/Dilma

“Parece que o julgamento é num hospício”, diz presidente do Senado

O segundo dia de sessão do julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff teve, na manhã desta sexta-feira (26), novo bate-boca e agressões verbais entre os senadores. Ao tentar acalmar os ânimos, o presidente da Casa, Renan Calheiros, chegou a se referir ao Senado como um “hospício”. 

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Do enviado especial a Brasília.

Antes mesmo do prazo previsto, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento no Senado, encerrou a sessão devido ao tumulto envolvendo o presidente da Casa. Renan Calheiros havia deixado a mesa diretora e foi ao plenário para fazer um apelo e críticas a Lewandowski e aos próprios colegas, mas sua intenção gerou mais polêmica, antecipando a interrupção dos trabalhos.

“O Senado está perdendo uma oportunidade de se afirmar perante o país como uma instituição verdadeiramente representativa da sociedade”, declarou, com críticas aos longos debates sobre questões de ordem que atrasam o depoimento das testemunhas. “Se nós não encaminharmos diferentemente, é passar para o Brasil e para o mundo, já que o mundo todo está com os olhos debruçados sobre nosso país, a imagem de que vossa excelência está sendo obrigado a presidir um julgamento em um hospício”, declarou.

De frente para Lewandowski, continuou:

“Eu queria pedir desculpas à vossa excelência, pedir desculpas aos senadores e ao país. Nós não podemos apresentar esse espetáculo à sociedade”. Ao pedir celeridade no processo para ouvir as testemunhas, Renan também criticou duramente a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), pela declaração de que o Senado não “tinha moral” para julgar a presidente Dilma.

Renan interveio após uma segunda suspensão de cinco minutos decidida por Lewandwski depois que o senador Lindbergh Farisas (PT-RJ) se referiu ao senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) de “desqualificado”. Os dois parlamentares já haviam discutido no dia anterior.

Na saída do plenário, Lindberg afirmou que Renan, ao invés de acalmar, “ateou mais fogo” no plenário.

Testemunhas desqualificadas

Pela manhã a sessão se concentrou em longas discussões sobre questões de ordem e o pedido dos aliados de Dilma para desqualificar o ex-auditor do Tribunal de Contas da União, Antônio Carlos D’Ávila, acusado de participar da “montagem da denúncia das pedaladas fiscais contra a presidente”.

O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, decidiu retirar uma testemunha, Esther Dweck, ex-secretária do orçamento federal para evitar eventuais “constrangimentos” à depoente. Lewandwski também deferiu o pedido de Cardoso para passar a condição do professor Ricardo Lodi de testemunha para informante, já se antecipando à um eventual pedido dos opositores. Segundo o presidente do STF, o objetivo é ouvir ainda nesta sexta-feira, as cinco testemunhas da defesa.

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