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Parlamentares viram que podem derrubar presidente, diz pesquisador

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Os senadores começaram a avaliar nesta quinta-feira (25) a fase final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A tendência é de que a petista seja afastada definitivamente do cargo. Para o cientista político Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), o impeachment abre “um precedente perigoso para o futuro” do Brasil.

O cientista político Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe, da Sciences Po de Paris.
O cientista político Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe, da Sciences Po de Paris. RFI
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“Os parlamentares se deram conta de que podem destituir, por razões políticas, um presidente. Isso também pode acontecer com Michel Temer amanhã”, afirma o especialista na política brasileira. Ele nota que o processo é fruto de uma mera “revanche” dos deputados e senadores à falta de atenção dispensada por Dilma ao Congresso, no primeiro mandato.

Por isso, Gaspard considera que o impeachment está transformando as instituições no Brasil. “É uma ruptura em relação à Constituição de 1988, que estabelece o Brasil como um país presidencialista, e não parlamentarista”, ressalta o professor.

Lula “tem potencial real” em 2018

O analista observa ainda que, se Michel Temer não conseguir reverter a situação ruim da economia, pode ser o próximo alvo não só do Congresso, como das ruas. “Os brasileiros estão cansados de toda a crise política, econômica e social, e o fato é que a economia continua piorando. Não excluo que os brasileiros voltem a se mobilizar, independentemente de ideologias ou classes sociais”, diz o pesquisador, em entrevista realizada nos estúdios da RFI.

Estrada destaca ainda a péssima popularidade de Temer – que, conforme as pesquisas de intenções de votos, não teria a menor chance de disputar o segundo turno das eleições presidenciais. Os principais nomes da antiga oposição – Aécio Neves, José Serra e outros – também não se sairiam muito melhor. “Que gostem ou não, o ex-presidente Lula é a maior força política do Brasil. As pesquisas são muito claras”, indica o especialista. “Ele tem um potencial real nas eleições de 2018.”

Veja abaixo a entrevista completa
 

 

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