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Brasil

Em carta ao povo e ao Senado, Dilma pede plebiscito sobre novas eleições

A presidente afastada Dilma Rousseff leu, nesta terça-feira (16), em Brasília, uma carta destinada “ao Senado Federal e ao povo brasileiro”, em que pede aos congressistas que não aprovem o pedido de impeachment. A líder petista também manifesta seu apoio a um eventual plesbicito para decidir sobre a realização de novas eleições.

Presidente afastada Dilma Rousseff lê carta diante da imprensa no Palácio da Alvorada.
Presidente afastada Dilma Rousseff lê carta diante da imprensa no Palácio da Alvorada. Blog do Alvorada/Divulgação
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“Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um Plebiscito”, disse a presidente afastada, lendo o documento diante de jornalistas no Palácio da Alvorada. A imprensa não foi autorizada a fazer perguntas.

A carta vinha sendo preparada há semanas e tem como objetivo sensibilizar a opinião pública e os senadores a nove dias do início da votação final que pode afastar Dilma definitivamente do cargo. No texto, ela reconhece erros cometidos durante sua gestão, sem especifica-los: “Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho.”

Dilma voltou a negar que tenha cometido crime de responsabilidade, razão pela qual poderá ser afastada do cargo a partir do próximo dia 25. “Precisamos fortalecer a democracia em nosso país e, para isto, será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis, que não houve crime de responsabilidade”, disse, acrescentando que, se consumado, o afastamento seria um “golpe de Estado”.

Votos dos senadores

Dilma precisa de 28 votos para impedir seu afastamento definitivo. Ela obteve 21 na sessão do Senado que a tornou ré. O pedido de afastamento da presidente, feito pelos juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, defende que, ao editar uma série de decretos em 2014 e 2015 para abertura de crédito sem a aprovação do Congresso, Dilma feriu o artigo 85 da Constituição que determina como crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra contra a lei orçamentária.

Além disso, a omissão das chamadas “pedaladas fiscais” nos relatórios da dívida pública do Banco Central – o que configuraria uma “maquiagem” nas contas públicas em pleno ano eleitoral – feriria o artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal. A defesa da presidente, através do advogado José Eduardo Cardozo, nega as acusações.

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