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Terrorismo/Olimpíada

Suspeitos faziam treinamento para ataque terrorista no Rio, diz ministro da Justiça

O ministro brasileiro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou nesta quinta-feira (21) que os 10 suspeitos de integrar o grupo Estado Islâmico (EI) presos no Brasil trocavam de mensagens com integrantes da organização terrorista por aplicativos como WhatsApp e Telegram. Eles juraram lealdade ao grupo terrorista.

O ministro brasileiro da Justiça, Alexandre de Morais, durante entrevista coletiva após prisão de supostos terroristas.
O ministro brasileiro da Justiça, Alexandre de Morais, durante entrevista coletiva após prisão de supostos terroristas. REUTERS/Adriano Machado
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

Os suspeitos participavam de um grupo virtual denominado “Defensores da Sharia”, mas nunca marcaram encontros pessoais. Apenas dois se conheciam. O único contato entre os brasileiros e o EI foi via internet. "Vários deles realizaram um batismo no Estado Islâmico, então já houve esse primeiro contato mais próximo com o grupo", afirmou o ministro em coletiva de imprensa.

Um deles, suposto líder do grupo em Curitiba, teria a intenção de se encontrar com terroristas, mas não teria recursos para realizar a viagem. Também não houve pedido de financiamento durante as conversas. No entanto, se antes os suspeitos faziam apenas “apologia” ao terrorismo, eles começaram se preparar com treinamento de artes marciais e de tiro. Além disso, houve contato com um site de venda de armas clandestinas do Paraguai, solicitando a compra de um fuzil AK47. Não há informação de que o suspeito tenha conseguido adquirir a arma.

Ainda de acordo com Moraes, os suspeitos comemoraram atentados terroristas como o que ocorreu em Nice (França), no último dia 14, em Orlando (EUA), no dia 12 de junho deste ano, e Paris (França), em 13 de novembro de 2015. Segundo o ministro, se no início os supostos terroristas viam o Brasil como um país “neutro” diante do grupo Estado Islâmico, com o tempo passaram a transformar a nação em alvo em virtude da Olimpíada. "Não vamos esperar um milímetro para que qualquer ato preparatório se desenvolva. Vamos agir da maneira mais dura possível", destacou Moraes.

As prisões – as primeiras de uma célula do EI no país – ocorreram em vários estados do Brasil, 15 dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. O rastreamento do grupo começou em abril e foi realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal e Forças Armadas, com auxílio de agências de informação internacionais.

Operação “Hashtag” envolve 130 policiais

Os mandados judiciais foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, sendo 10 prisões temporárias, duas conduções coercitivas e 19 buscas e apreensões, nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Cerca de 130 policiais participam da operação.

Essas também são as primeiras prisões realizadas com base na Lei Antiterror, de março de 2016. Os investigados vão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista, com pena de cinco a oito anos de prisão, e realização de atos preparatórios de terrorismo, cuja pena varia de três a 15 anos de prisão.

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