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Linha Direta

PMDB teme que Jucá seja apenas o primeiro a cair

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A cúpula do PMDB teme que as gravações envolvendo o senador Romero Jucá sejam apenas o começo de uma avalanche de investigações de integrantes do partido na operação Lava Jato. Após a queda do ministro, a ordem no governo interino de Michel Temer é tocar o barco e continuar apresentando medidas para superar a crise econômica como a redução da meta fiscal aprovada na madrugada desta quarta-feira (25), no Congresso brasileiro. O governo federal teve o aval dos parlamentares para ter um déficit primário, ou seja, despesas maiores do que as receitas, superior a 170 bilhões de reais este ano.

Le ministre de la Planification, Romero Jucà à Brasilia, le 23 mai 2016.
Le ministre de la Planification, Romero Jucà à Brasilia, le 23 mai 2016. ©REUTERS/Adriano Machado
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

O governo Temer tomou a queda do então ministro do Planejamento, Romero Jucá, como um alerta. Agora a Lava Jato virou critério de seleção para entrar no governo. O problema é que nove citados já viraram ministros e será difícil realizar uma debandada geral. Mas alguns podem deixar o cargo.

O ministro do Turismo, Henrique Alves, por exemplo, seria um deles. O governo está de olho – se aparecerem fatos novos, como ocorreu com Jucá, não vai ter como evitar a demissão. O mantra do Palácio do Planalto é corrigir os erros rapidamente e evitar uma sangria ainda maior. Foi o que ocorreu com a licença de Jucá e a recriação do Ministério da Cultura. Michel Temer está disposto a ouvir críticas e solucioná-las.

Outros peemedebistas alvos da Polícia Federal

Em Brasília, só se fala que o presidente do Senado, Renan Calheiros, pode ser o próximo a cair. Tanto Renan quanto o ex-senador José Sarney também tiveram conversas gravadas. As de Renan não seriam comprometedoras como as de Jucá. Mas nada foi divulgado por enquanto.

Futuro de Romero Jucá

Romero Jucá deve continuar atuando nos bastidores do governo, desta vez como presidente do PMDB e senador. Além de trabalhar nas medidas econômicas, vai contribuir para as articulações políticas em votações no Congresso. Foi ventilado que Jucá seria líder do governo no Senado, mas um assessor de Temer disse que não seria razoável ele deixar um ministério e ocupar depois outro cargo em nome do governo.

Conselho de Ética do Senado pode analisar o caso

O PDT fez uma denúncia ao conselho, para que o caso seja discutido pelos senadores. O que se comenta no Congresso é que gravação de Jucá é muito parecida com a do ex-senador Delcídio do Amaral, que foi cassado há 15 dias. Os dois relataram conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal para tentar impedir o avanço de investigações.

O senador Cristovam Buarque, do PPS, é um dos que vê essa semelhança e defende que o caso de Jucá também seja analisado. Cristovam disse ainda que as crises no governo Temer serão levadas em consideração no julgamento de processo de impeachment da presidente Dilma. Para o senador, os votos podem mudar dependendo do “convencimento de alguns senadores de que não houve crime, do lado jurídico, e também do comportamento, do desenvolvimento do governo Temer”.

Já o senador Ricardo Ferraço, do PSDB, não vê relação entre a crise no governo
Temer e a possibilidade da presidente Dilma ser inocentada no processo de impeachment. Mas, segundo ele, as gravações de Jucá são inacreditáveis e surpreenderam a todos. Ele admite que a situação do governo está ruim e poderia ter sido evitada. “Isso não tem sido bom e revela de uma certa forma insegurança, mas acho que o novo governo tem que acertar o passo e passar firmeza nas suas ações”, afirma Ferraço

O novo ministro do Planejamento só deve ser anunciado a partir da semana que vem. José Serra é visto como um perfil que se encaixaria na vaga.

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