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Brasil

Para Le Figaro, medidas anunciadas por Dilma complicam planos de Temer

Os recentes anúncios feitos pela presidente Dilma Rousseff para o eleitorado de esquerda, a poucos dias de sua possível destituição, são analisados nesta terça-feira (3) pelo jornal Le Figaro. O diário cita, entre outros, o reajuste de 9% do Bolsa Família, a construção de 25 mil novas moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida e a recondução, por mais três anos, do Mais Médicos.

O jornal francês Le Figaro destaca anúncios feitos pela presidente Dilma Rousseff antes da sua possível destituição.
O jornal francês Le Figaro destaca anúncios feitos pela presidente Dilma Rousseff antes da sua possível destituição. lefigaro.fr
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Dois anúncios em particular chamam a atenção do jornal francês por serem relativos a setores que receberam pouca atenção do governo no período pós-Lula: os 25 decretos de desapropriação de terras para a reforma agrária e a regularização de quilombos, assinados no início de abril.

Le Figaro mostra que os "presentes" concedidos por Dilma aos movimentos sociais, apelidados ironicamente de "pacote de bondades", irritaram profundamente o vice Michel Temer, que planeja aplicar um choque liberal "privatizando tudo o que for possível" no Brasil. As medidas anunciadas por Dilma tendem a reforçar a imagem de que Temer é um político ligado ao empresariado, explica a correspondente do Le Figaro no Rio de Janeiro. O texto de Lamia Oualalou assinala que uma pesquisa recente mostrou que além da destituição de Dilma, 60% dos brasileiros querem a demissão de Temer e eleições antecipadas.

Temer está sob pressão dos lobbies do Congresso 

Para Le Figaro, as pressões sobre o vice crescem e sinalizam que o Brasil tende a recuar nos próximos meses. Segundo o jornal, Temer está sob pressão da chamada bancada BBB − uma referência à "Boi, Bíblia e Bala" −, que foi fundamental para a aprovação do pedido de impeachment na Câmara. "Os deputados do lobby agrícola garantem que Temer prometeu a eles anular as desapropriações de terras e utilizar as Forças Armadas, se necessário, para para desalojar ocupações dos movimentos indígenas e sem-terra", diz o diário.

Le Figaro informa ainda que Temer recebeu o pastor Silas Malafaia para conversas, "uma das vozes mais reacionárias da bancada evangélica". Malafaia cobrou o fim do casamento gay e das ações de educação sexual nas escolas.

Conclusão do Figaro: Temer é refém dos três principais grupos de pressão do Congresso brasileiro, responsáveis por sua ascensão após o possível afastamento de Dilma.

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