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Brasil

Dilma embarca para Nova York e deve criticar processo de impeachment na ONU

A presidente Dilma Rousseff embarcou nesta quinta-feira (21) para Nova York, onde participará da assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, na ONU. Em seu discurso, ela deve criticar o processo de impeachment, considerado por ela e por parte da população como um "golpe parlamentar".

Ao deixar sua residência, a presidente Dilma Rousseff acenou para os manifestantes que promoviam um ato de apoio a seu governo nesta quinta-feira (21).
Ao deixar sua residência, a presidente Dilma Rousseff acenou para os manifestantes que promoviam um ato de apoio a seu governo nesta quinta-feira (21). REUTERS/Ueslei Marcelino
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Dilma deixou a residência oficial às 9h30 e embarcou em um helicóptero para a Base Aérea da Brasília. Antes de entrar na aeronave, a presidente acenou para um grupo de manifestantes que organizava um ato de apoio a seu governo.

Durante os três dias que Dilma estará fora do país, seu vice, Michel Temer, acusado pela chefe de Estado de conspiração e traição, assumirá a presidência do país. Dilma deve retornar ao Brasil no sábado (23).

Mais de 160 países assinarão o acordo sobre o clima na ONU nesta sexta-feira (22). De acordo com fontes governamentais, a presidente deve mencionar, durante seu discurso como chefe de Estado, a crise política que sacode o Brasil.

O chefe do gabinete de Dilma, Jaques Wagner, declarou nesta quinta-feira que a presidente vai "manifestar sua indignação diante do golpe que está em preparação no Brasil". Segundo ele, a petista deve também denunciar "um processo de destituição artificial e equivocado porque Dilma é uma mulher honesta que não cometeu nenhum crime".

No entanto, Wagner não confirmou se, além do discurso, Dilma previu outras entrevistas com a mídia norte-americana sobre a crise, como especulam os jornais brasileiros.

Oposição combate "narrativa do golpe"

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) passou a semana em Washington combatendo a “narrativa do golpe”. Presidente da Comissão de Relações Exteriores no Senado, ele diz ter conversado nos últimos dias com congressistas e membros destacados do governo de Barack Obama sobre o que considera como ser o “pleno funcionamento das instituições democráticas brasileiras”.

Alarmado com a decisão da presidente de falar na ONU sobre a crise política brasileira, Nunes Ferreira, que foi o candidato a vice-presidente de Aécio Neves, derrotado por Dilma nas eleições de 2014, afirmou ontem que a presidente “presta um desserviço ao Brasil” e está "se vitimizando".

Impeachment pode atrapalhar “estabilidade política do Brasil”

Na terça-feira (19), em uma entrevista coletiva aos correspondentes da imprensa estrangeira no Brasil, Dilma declarou que sua destituição vai atrapalhar a “estabilidade política do Brasil”.

“Isso que assistimos não é um processo de impeachment, mas uma tentativa de eleição indireta proveniente de um grupo que não teria condições de ser eleito numa eleição normal”, afirmou, fazendo referência ao vice Michel Temer que, em pesquisas pré-eleitorais, não consegue agregar mais do que 2% dos votos.

No último domingo (17), os deputados votaram pela abertura do processo de impeachment da presidente, que agora segue para avaliação do Senado.

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