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Le Figaro: “autoritária e ineficaz”, Dilma está perto da “queda final”

Em sua edição desta terça-feira (19), o jornal conservador francês Le Figaro faz um perfil da presidente Dilma Rousseff, apontando as possíveis causas do que chama de “sua queda final”, que estaria próxima após a votação do impeachment na Câmara.

"A ex-guerrilheira que se tornou uma presidente autoritária", diz o título.
"A ex-guerrilheira que se tornou uma presidente autoritária", diz o título. Reprodução
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Intitulado "A ex-guerrilheira que se tornou uma presidente autoritária", o texto afirma que Dilma se revelou, ao longo do primeiro mandato, “autoritária, inflexível, incapaz de delegar funções e, portanto, ineficaz”.

O artigo também defende que Dilma não conseguiu agradar nem a esquerda, ao ignorar movimentos sociais, permitir a construção da hidrelétrica de Belo Monte e, recentemente, reduzir investimentos sociais por causa da recessão econômica.

Le Figaro entrevistou o professor da Universidade de São Paulo André Singer, para quem Dilma entrou em rota de colisão com os bancos ao tentar baixar as taxas de juros. Outro entrevistado é Milton Temer, do PSOL, que afirma ao jornal que Dilma “foi abandonada pela direita quando não serviu mais a seus interesses”.

Segundo o jornal, a derrota de domingo na votação do Congresso foi humilhante para a presidente, e o que se viu na entrevista coletiva de ontem à tarde foi uma presidente firme, mas emocionada.

Risco de impunidade para Cunha

O jornal questiona a demora de Dilma em se manifestar sobre a votação e entrevista o cientista político brasileiro Mauricio Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, para quem essa demora reflete a perplexidade de Dilma com o resultado.

Le Figaro destaca os números da votação, que ele classifica como “vitória esmagadora” da oposição, e diz que a perda de votos do PDT foi uma “humilhação pessoal” para a presidente, já que foi o partido em que ela começou sua carreira.

O diário também alerta para o risco de a votação de domingo dar origem a um grande acordão de impunidade no Congresso. O artigo lembra que 76% dos deputados denunciados na Lava Jato votaram contra Dilma e muitos deles acenam com a possibilidade de conceder um perdão a Eduardo Cunha, alvo de diversas acusações de corrupção.

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