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Twitter/novas tecnologias

Público do Twitter rejuvenesce no Brasil

O Brasil continua sendo um dos principais mercados do Twitter. O país é o quinto no mundo com maior número de usuários – muitos deles adolescentes. Aos dez anos de vida, o rejuvenescimento da plataforma é uma ótima notícia para a rede, explica Philip Klien, diretor de estratégias de expansão do Twitter Brasil.

(Foto: Divulgação)
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O Twitter completou dez anos em março com motivos para comemorar no Brasil: a audiência do site é cada vez mais jovem, apesar da plataforma já ser veterana no mundo das redes sociais. “Temos uma tendência a achar que os usuários do Twitter são aqueles que acompanham a rede desde o começo. Mas vemos que uma grande parte deles não tinham nem idade para usar smartphone ou acessar a internet quando o Twitter nasceu. Vemos que nosso progresso e renovação estão em via com os jovens, que ditam as tendências e abraçam cada vez mais a plataforma”, observa Klien.

Como explicar esse rejuvenescimento da rede e o uso em uma faixa etária onde os hábitos são tão voláteis? Para Klien, isso se deve em grande parte à própria natureza da rede social, onde o papo não é necessariamente entre amigos, mas “seguidores”.

“No Twitter, você não precisa de um relacionamento recíproco, não precisa aceitar a amizade do outro para começar a interagir. Muitas vezes você pode falar de alguém ou algum assunto, sem nem seguir uma determinada pessoa. Acho que isso contribui muito e se encaixa no período da adolescência: existe uma pressão social muito grande. E se eu chamar alguém para ser meu amigo e essa pessoa não aceitar?”, exemplifica o executivo. Uma situação, aliás, típica no Facebook. De acordo com ele, sendo o Twitter uma plataforma mais aberta, não existe o “peso social” da aceitação, vivido muito por adolescentes meninas, diz Klien.

O Twitter não costuma divulgar números, mas o engajamento da audiência jovem no Brasil faz do país um mercado prioritário, o que levou a empresa a abrir um escritório em São Paulo há três anos e investir no mercado publicitário. “O Brasil também está influenciando diretamente o desenvolvimento de produtos. As necessidades e os casos de uso no Brasil com mudanças em aplicativos poderão ser usados em outros países.”

“Crise no Brasil é oportunidade”

A crise política e econômica no Brasil, que poderia ser um freio para o desenvolvimento da plataforma no país, não é um problema, diz Klien, já que ela poupa as mídias digitais. “Um dos primeiros cortes que as empresas fazem em tempos de crise é na publicidade. Não só um corte, mas um realinhamento, onde se tenta gerar um alcance, uma frequência, onde mídias tradicionais são muito caras. Essas empresas então acabam realocando parte de seu orçamento para mídias digitais”, explica. Segundo ele, o Twitter acaba se beneficiando dessa situação. “A gente passa a estar no radar de algumas empresas, que não pensavam antes na plataforma”, diz.

Vídeos são aposta para próximos dez anos

Para os próximos dez anos, a plataforma deve investir nos vídeos e consolidar grandes invenções, como a hashtag. “Quando o Twitter nasceu, não existia iPhone, a plataforma nasceu para trabalhar com SMS. Apesar do DNA ser o mesmo – uma plataforma em tempo real, aberta e livre, a tecnologia nesse período mudou completamente. Uma das grandes apostas é o vídeo ao vivo e nosso aplicativo Periscope. Ainda estamos começando a sentir o que essa tecnologia pode proporcionar”, declara.

O live streaming vídeo é, dessa forma, uma das cinco prioridades da rede para 2016, cita o fundador do Twitter, Jack Dorsey. “Vemos a empresa nesse movimento, não só colocando o Periscope como uma das grandes apostas do futuro e também se integrando ao próprio Twitter e em seu ecossistema, como foi o caso com a Go Pro, muito usada por atletas. Essa é uma revolução e ainda não sentimos os efeitos dela”, finaliza.
 

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