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Brasil-Mundo

Zika e violência afastam turistas norte-americanos do Brasil

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta semana, resultados assustadores do estudo Atlas da Violência. O Brasil é o líder em homicídios no planeta, batendo um triste recorde com quase 60 mil assassinatos registrados em 2014. Estes dados se juntaram a uma maré de notícias negativas sobre o Brasil, que vêm colaborando para a diminuição de turistas norte-americanos interessados em conhecer o país. Um quadro pouco animador para um possível incremento deste setor no Brasil.

Funcionários municipais dedetizam o sambódromo do Rio de Janeiro, no combate ao zika vírus. Imagem de janeiro de 2016.
Funcionários municipais dedetizam o sambódromo do Rio de Janeiro, no combate ao zika vírus. Imagem de janeiro de 2016. REUTERS/Pilar Olivares
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York

Proprietário de uma popular agência de turismo especializada em destinos brasileiros em Nova York, a BACC, o empresário João de Mattos conta que o turista norte-americano, em um momento positivo da economia do país, tem multiplicado as viagens para os trópicos, mas que o Brasil, atualmente, está definitivamente em baixa e vem sendo trocado cada vez mais substituído pelo Caribe.  

“São vários motivos. Primeiramente, há o problema do zika vírus. É incrível porque a dengue existe há anos no Brasil, mas ninguém liga. Se o zika estivesse apenas em um país pequeno, como a Costa Rica e o Paraguai, a mídia internacional não se interessaria tanto. Mas como o Brasil é quase um continente, a mídia exagera em tudo”, diz Mattos.

A procura dos norte-americanos por pacotes para o Brasil na BACC caiu sensivelmente em relação ao ano passado. E o real desvalorizado é, também, "uma faca de dois gumes", lembra Mattos.

Se por um lado oferece a ideia de que o Brasil ficou mais barato para os norte-americanos – uma meia-verdade, já que a inflação no país acompanha o ritmo do dólar alto – companhias aéreas como a TAM já anunciaram corte drástico de vôos entre os dois países a partir de abril por conta da diminuição de turistas brasileiros viajando para os EUA. O resultado é o provável aumento do custo das passagens para brasileiros e americanos a médio prazo.

 "O grande problema não é o norte-americano que não está viajando, é o brasileiro que não vem aos Estados Unidos. Os aviões vêm e voltam vazios. Além disso, não tem tanto norte-americano procurando o Brasil assim, nunca teve e dificilmente vai ter nos próximos 20 anos”, completa Mattos.

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