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Brasil-América Latina

Brasil e Argentina se unem por financiamento europeu contra o zika

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Brasil e Argentina acertaram uma luta científica conjunta contra o vírus zika. Os dois países vão juntos pesquisar o vírus para tentar decifrar a sua ação no corpo humano e, assim, avançar em direção a uma vacina. O acordo foi selado nesta semana durante a visita do ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, a Buenos Aires. O primeiro passo dessa parceria será apresentar à União Europeia, dentro de um mês, um projeto comum de investigação científica sobre o vírus.

Ministros Celso Pansera e o argentino Lino Barañao assinam acordos em Buenos Aires.
Ministros Celso Pansera e o argentino Lino Barañao assinam acordos em Buenos Aires. Ascom/MCTI
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Márcio Resende, correspondente da RFI Brasil em Buenos Aires

"A Argentina tem bons laboratórios e estudos muito avançados na área de biotecnologia. Os argentinos demonstraram interesse de pesquisar conosco já que dengue e zika tem reflexo também aqui na Argentina", explica o ministro Pansera sobre a importância de uma aliança com a Argentina contra o zika. "Nós julgamos importante que a academia argentina entre conosco na pesquisa. Não é trivial. É importante em função da larga experiência que eles têm na produção de vacinas", acrescenta.

A União Europeia deve lançar neste mês um edital para financiar projetos sobre o zika de até € 10 milhões. Para o ministro Celso Pansera, da Ciência e Tecnologia, a aliança Brasil e Argentina também aumenta as chances de os dois países serem contemplados.

"Nós temos até o final de março e início de abril para apresentar o projeto dentro do edital da União Europeia. Eles vão fazer a avaliação do projeto e, se formos um dos contemplados, a partir de junho ou julho essa rede (Brasil-Argentina) começa a trabalhar", descreve. "Nós temos um expectativa muito forte de que seremos um dos contemplados exatamente porque nós estamos unindo duas comunidades científicas com experiência em estudos na área", acredita o ministro.

Vacina brasileira

Nesta semana, o Instituto Butantan anunciou o início da terceira e última fase dos testes clínicos da primeira vacina brasileira contra a dengue. O ministro Pansera ressaltou que os pesquisadores brasileiros já identificaram a proteína que diferencia a dengue do zika.

Segundo o ministro Celso Pansera, nos próximos dias, o governo brasileiro vai anunciar pesquisas com o objetivo de entender o zika. A Argentina também foi convidada a participar dos editais brasileiros.

"Aquele detalhe da proteína é o que precisamos estudar para ver o que isso se reflete no corpo humano. Mas isso um país sozinho não resolve. É preciso unir pesquisadores do mundo inteiro. Por isso, o nosso convite à Argentina para que participe conosco também nos nossos editais que lançaremos no Brasil agora em março e em abril. O objetivo final é estudar o vírus e, se possível, uma vacina", indica.

Pelo menos cinco casos de zika já foram confirmados na Argentina, todos de pessoas contagiadas em viagens ao Brasil, à Colômbia e à Venezuela.

 

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