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Brasil-África

Ensino sobre a África está em expansão no Brasil

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O ensino sobre a África no Brasil conhece desde o começo do século 21 um crescimento notável. Apesar de ser a região de origem de cerca da metade da população brasileira, a história e a cultura do continente permaneceram durante muito tempo desconhecidas ou eram conhecidas somente em termos “folclóricos”. A pressão contra o racismo no próprio Brasil criou condições para um maior interesse sobre a África, levando, finalmente, a aprovação de uma legislação que obriga o ensino de disciplinas sobre o continente a partir do ensino fundamental. O jornalista angolano-brasileiro Jonuel Gonçalves entrevistou o professor Marcelo Bittencourt, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O sucesso de eventos, como a exposição Africa Africans, organizada em 2015 no museu Afro Brasil, em São Paulo, mostra o interesse pelos temas ligados à África entre os brasileiros.
O sucesso de eventos, como a exposição Africa Africans, organizada em 2015 no museu Afro Brasil, em São Paulo, mostra o interesse pelos temas ligados à África entre os brasileiros. Ciete Silvério/ GESP
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Jonuel Gonçalves, especial para a RFI Brasil

A lei de 2003 obriga incluir no Currículo Oficial da Rede de Ensino a temática “História e Cultura AfroBrasileira". Marcelo Bittencourt, do Departamento de História da UFF, diz que essa legislação foi o ponto de partida para a expansão do ensino sobre África no Brasil. Ela "teve um efeito cascata", afirma, levando muitos jovens a fazer graduação em história, com especialização em África, com o objetivo de ensinar a matéria na educação básica.

Ele ressalta que a época contemporânea, assim como a escravidão, são os temas que mais mobilizam os alunos. Mas outros aspectos, como a expansão islâmica, também interessam.Dados geográficos e perfis gerais dos países do continente são focados no ensino fundamental. Já no ensino superior, o impacto africano nas relações internacionais é o mais estudado.

O professor da UFF sublinha um interesse maior pela matéria sobretudo entre os estudantes de cursos noturnos. Na avaliação de Marcelo Bittencourt, esses alunos já têm com alguma experiência profissional e, por isso, são capazes de estabelecer os laços entre África e o contexto histórico global. Segundo o historiador, a evolução registrada dos estudos africanos no Brasil tem repercussão nas pós-graduações, com o aumento das dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre África.

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