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Nos EUA, Levy diz que Brasil precisa fortalecer a economia

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, nesta segunda-feira (7), em Washington, que teve um diálogo “muito proveitoso” com o Tesouro americano durante sua visita à capital norte-americana. Alegando que o Brasil precisa fortalecer a economia, ele explicou que retomou uma sequência de discussões que havia sido iniciada há mais de 10 anos com os Estados Unidos e tinha sido interrompida.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se reuniu com representantes do Tesouro americano em Washington nesta segunda-feira (7).
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se reuniu com representantes do Tesouro americano em Washington nesta segunda-feira (7). Ligia Hougland/RFI
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

“A grande boa notícia é que a economia norte-americana está indo bem”, disse o ministro sobre a expectativa de o Fed (Banco Central dos EUA) elevar os juros na semana que vem. Para ele, o impacto dessa medida deve ser positivo para o Brasil.

O ministro disse que o atual sólido desempenho da economia americana, com criação de empregos e crescimento, é importante para a economia mundial ainda enfraquecida e desequilibrada, salientando a importância de o Brasil tomar medidas para turbinar sua economia e responder às mudanças dos termos de troca resultantes da desaceleração da economia de alguns parceiros do país, assim como alguns ajustes na paisagem financeira causados por movimentos da política monetária norte-americana.

Levy também se reuniu com o vice-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Mitsuhiro Furusawa, para trocar impressões sobre o cenário econômico brasileiro, discutir o que a equipe do ministro tem feito em relação à desindexação e como essa pode auxiliar o trabalho de convergência da inflação para a meta de 4,5%, visando uma inflação mais baixa em 2016 e, particularmente, 2017.

Risco de rebaixamento

Segundo Levy, as agências de crédito entendem que o Brasil tem recursos e tem mostrado uma economia resistente e um mercado financeiro bem estruturado, capaz de absorver choques, além de contar com atores no mercado financeiro que sabem como reagir.

O ministro salientou que a dívida externa atual é de cerca de US$ 40 bilhões e o País tem reservas de aproximadamente US$ 370 bilhões. No entanto, Levy reconhece que a dívida interna tem evoluído e há necessidade de uma discussão fiscal, com arrecadação adequada e atenção ao gasto.

De acordo com o ministro, a questão do rebaixamento tem muito a ver com a sinalização que o País oferecer ao mercado. “Se nós agirmos tanto do lado do Executivo quanto do lado Legislativo, a capacidade de resposta da economia brasileira é grande e rapidamente veremos as empresas com mais fôlego e com expectativa de termos boas notícias”, disse o ministro.

O ministro diz que investidores e especialistas reconhecem que a economia brasileira é saudável e a questão da inadimplência está sob controle, proporcionando, assim, a confiança de que, com implementação das medidas necessárias, a economia do País deve reagir rapidamente. “O Brasil tem um programa de infraestrutura extraordinário”, disse Levy.

O ministrou lembrou que, na semana passada, o leilão das hidrelétricas trouxe R$ 17 bilhões para o país. “As pessoas confiam no Brasil, a gente não pode esquecer disso”, afirmou o ministro.

Economia se contrai diante da incerteza política no Brasil

Quanto à ameaça de impeachment de Dilma Rousseff, o ministro fez pouco caso, dizendo que o importante é não desviar o foco do que deve ser feito para que o país volte a apresentar crescimento econômico e a criar empregos, garantindo que há uma cooperação entre o Executivo e o Legislativo que têm como meta comum o crescimento da economia nacional.

Segundo o ministro, mesmo durante um procedimento de impeachment o Congresso vai continuar funcionando eficazmente com o governo federal. “Todo mundo sabe que a economia tem se contraído por causa dessa incerteza. Se havia aquele ímpeto de instaurar um processo de impeachment, bom que se faça e que se permita que o processo até ande rápido. Todo mundo quer ver a incerteza diminuir, sem ter um preconceito de qual vai ser exatamente o resultado disso.”

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