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França/Clima

Brasil dá o exemplo na questão climática, diz Le Monde

O jornal francês Le Monde que chegou às bancas na tarde desta segunda-feira (28) diz que o Brasil “dá o exemplo” na questão do clima ao anunciar a redução na emissão de gases poluentes em 37% até 2025. O diário alerta, no entanto, que o Greenpeace considera a proposta “irrealista”.

"Clima: Brasil dá o exemplo", diz o jornal Le Monde.
"Clima: Brasil dá o exemplo", diz o jornal Le Monde. Reprodução
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O objetivo foi fixado pela presidente Dilma Rousseff na tribuna das Nações Unidas no domingo e inclui ainda uma redução de 43% até 2030, tendo como base o ano de 2005. Le Monde lembra que a meta anunciada no mês de junho, de redução de apenas 20%, era considerada bastante tímida.

“A algumas semanas da Conferência de Paris sobre o clima (COP21), a contribuição do Brasil para limitar o aquecimento global a menos de 2 graus era muito esperada. A sétima economia do mundo, gigante da América Latina, poderá dar o exemplo a seus vizinhos”, diz Le Monde.

O jornal entrevista Carlos Rittl, diretor do observatório do clima, que chama o objetivo do Brasil de “um dos mais ambiciosos até agora”. “A presidente Dilma demonstra com este anúncio que o Brasil quer sair do grupo de países que fazem parte do problema e se juntar àquele dos países que buscam uma solução”, disse Rittl.

Le Monde lembra, no entanto, que o desmatamento das florestas é o principal “flagelo climático do Brasil” e diz que a promessa de Dilma Rousseff de acabar com o desmatamento ilegal é questionada pelo Greenpeace em São Paulo. “Este plano é baseado em uma lei que sabemos que não funciona”, diz Marcio Astrini, porta-voz da entidade, referindo-se ao código florestal de 2012. “Dilma não propõe nada para mudar essa política. Seu plano é irrealista”, conclui Astrini, em entrevista ao Le Monde.

Hollande cético

Também na edição desta segunda-feira, o jornal econômico francês Les Echos vê um grande sinal de esperança para um acordo sobre o clima na Conferência Mundial da ONU, no final do ano, em Paris, depois das promessas dos dois maiores poluidores do planeta: China e Estados Unidos.

Durante sua visita a Barack Obama, o presidente chinês Xi Jinping declarou a meta ambiciosa de Pequim em criar um mercado de carbono até 2017 para reduzir as emissões de poluentes do país de 60% a 65% em relação aos índices de 2005. Em agosto, lembra o jornal, Washington já tinha se comprometido a reduzir em 32% suas emissões até 2030. Até o momento, 69 países já fizeram promessas, escreve o diário econômico.

Em entrevista coletiva em Nova York, o presidente François Hollande disse esperar que outros países enviem suas propostas, mas deixou claro que promessas não bastam. "Quando ouço as promessas, elas existem, são numerosas e estimulantes. Mas, entre essa tomada de consciência e a afirmação da vontade de assinar um acordo em Paris, e as condições que farão com que esse documento possa ser visto com credibilidade, ainda existe um imenso trabalho pela frente", disse o líder francês.

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