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Brasil/Economia

Brasil tenta evitar novo rebaixamento mas cidadão paga, diz imprensa internacional

"O Brasil mergulha na austeridade." Essa é a opinião do jornal francês Le Monde, após o anúncio, nesta segunda-feira (14), de um pacote de medidas do governo brasileiro para transformar o déficit no orçamento de 2016 em um superávit primário. As medidas foram analisadas por veículos na Europa e nos Estados Unidos.

Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy (esquerda), e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciam o pacote fiscal em Brasília.
Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy (esquerda), e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciam o pacote fiscal em Brasília. Valter Campanato/Agência Brasil
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Sinal dos tempos sombrios, entre os cortes anunciados estão programas sociais importantes que são a vitrine do PT, no poder há 12 anos, aponta o diário francês Le Monde.

As medidas visam restaurar a confiança na maior economia da América Latina, afirma o americano Wall Street Journal, após o rebaixamento da nota de risco do Brasil pela agência Standard & Poor's (S&P), na semana passada. O pacote brasileiro, de quase R$ 65 bilhões, é feito de uma mistura de cortes nos gastos públicos e aumentos de impostos.

A TV Bloomberg lembra que o anúncio acontece num momento em que aumentam os pedidos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Porém, especialistas ouvidos pela canal americano avaliam que o plano "dá um pouco de fôlego ao Brasil".

O espanhol El País fez os cálculos e revela "a conta da austeridade que o brasileiro vai pagar". O governo quer ressuscitar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), congelar salários do funcionalismo e cortar investimentos no programa Minha Casa Minha Vida.

Brasília tem pressa para evitar que outras agências tirem o selo de bom pagador do país, como fez a Standard & Poor's, e por isso "a conta do ajuste acabou ficando para os cidadãos", critica El País. Além disso, 15 das 16 alternativas de cortes e aumento de receitas apresentadas como saída para a crise precisam ser analisadas pelo Congresso, que tem infligido várias derrotas ao governo. Citado pelo jornal espanhol, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, considerou o plano como "pseudocortes".

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