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Brasil

Penitenciária do Ceará que apoia presos LGBT é destaque na imprensa francesa

O jornal francês Libération desta terça-feira (18) dedica duas páginas a uma reportagem sobre penitenciária de Itaitinga, no Ceará, que oferece um acompanhamento especial para prisioneiros homossexuais e transgêneros. A experiência, diz o diário, ajudou a diminuir a violência no presídio e é considerada positiva em um país que apresenta números alarmantes de ataques de caráter homofóbico.

"No Brasil, célula protetora para os transgêneros".
"No Brasil, célula protetora para os transgêneros". Reprodução
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O Libération enviou um repórter até a penitenciária, que fica nos arredores de Fortaleza e abriga 1,7 mil prisioneiros – mesmo que a capacidade seja para apenas 900. O jornalista entrevistou detentos gays, travestis e transexuais e que participam diariamente de ateliês propostos pelo grupo "Meninas que encantam", cujo objetivo é oferecer um tratamento especial aos LGBT.

A iniciativa surgiu há dois anos do diretor da penitenciária, alarmado pelas humilhações que os homossexuais sofriam na chegada à prisão. Além do direito de participar das atividades do "Meninas que encantam", os presos são colocados em uma parte separada do presídio e não são mais obrigados a deixar o cabelo curto. Um conjunto de iniciativas que tenta tornar o ambiente superlotado menos hinóspito para o grupo.

Paradoxo brasileiro

O Libération destaca o paradoxo de o Brasil ser o campeão mundial no número de crimes homofóbicos – 300 por ano –, mas ao mesmo tempo conviver com demonstrações de tolerância: o repórter relata ter visto casais de pessoas do mesmo sexo passeando de mãos dadas nas ruas de Fortaleza e também lembra que São Paulo tem uma das maiores Paradas do Orgulho Gay do mundo, além de o Brasil reconhecer a união civil entre homossexuais desde 2013.

A iniciativa do presídio, segundo o repórter do Libération, é uma “verdadeira tomada de posição política”, em um país em que “60% das pessoas são cristãs e onde a igreja evangélica, reacionária e conservadora, se amplia principalmente nas favelas”.

 

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